sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

2006

Mais um ano que chega perto do fim e vai uma série de aventuras a juntar às muitas que já vivi.
Tal como acontece por esta altura na comunicação social, também eu resolvi parar para pensar um bocadinho sobre o que 2006 me ofereceu…
…profissionalmente começou com um momento bom e um mau: tive a minha primeira reunião mais à séria com a direcção da empresa (vulgarmente conhecido como o “castigo”) e correu-me bem, mas depois fui brindada com a reunião sobre os aumentos e foi um verdadeiro balde de água fria. Tal como em 90% das empresas, a expectativa criada na altura da contratação sobre este aspecto foi defraudada e eu não digeri a coisa nada bem… mesmo tendo ouvido palavras elogiosas. Enfim… dou por mim a pensar porque é que dei tanto de mim (e me prejudiquei tanto e em tantas coisas) em nome do trabalho, para depois ter um retorno tão pobre. Bom, mudou a postura e ficou a lição: enquanto isto for desafiante e o “ganhar dinheiro” não se tornar prioridade, por cá permanecerei, mas…
…Técnico Responsável. Enfim… a gota de água. Não queria, mas teve de ser, fui obrigada a trabalhar para isso e ganhei uma responsabilidade acrescida sem qualquer tipo de retorno (e não estou a falar de dinheiro…). Neste momento sou e detesto a ideia de o ser, a forma como me fizeram ser e o que vou ter de passar se algum dia tiver azar… Seguramente o pior do ano…
…Costa Rica. 2006 foi o ano da Costa Rica… 14 horas de viagem, um vulcão activo observado de um paraíso tropical, actividades um bocadinho mais radicais e a primeira vez que vi e mergulhei no Pacífico. Orquídeas a rodos e bichos de todos os tamanhos, géneros e cores. Estradas pavorosas e pessoas de uma simpatia a toda a prova que nos faz gostar ainda mais desse cantinho do mundo e me deixaram com vontade de lá voltar. Adorei, adorei, adoreeeeeiiiiii…
…Clara. Agosto em cheio e suficiente para uma vida inteira. Ouviste???...
…foram 60 velas que a minha querida Mimi teve de soprar este ano… Dificilmente esquecerei a grande festa-surpresa (e o olhar de espanto e emoção com que foi surpreendida por todos aqueles que aderiram sem hesitações à conspiração) e o quanto foi divertido organizar tudo em segredo, recorrendo a pequenos subterfúgios e a alguma malandrice… querida mãezinha, foi a melhor prenda que recebeste e a que mais gostei de te dar.
…poesia. Em 2006 descobri uma poesia que não procurava nem julgava encontrar. Poesia que me transmite paz, alimenta a alma e ofusca os espinhos que a vida vai teimando em mostrar. Como uma espécie de refúgio onde me sinto bem e onde o resto do mundo não entra, nem existe sequer.

Sinto que 2007 vai ser um ano muito importante para mim. Não sei exactamente o que me reserva, mas acho que o caminho que tenho percorrido me vai levar obrigatoriamente a algumas encruzilhadas. E sinto que estou preparada para as enfrentar.

Bom 2007 para todos!...

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Ufa, Já está!...

Mais um ano que passa e mais uma vez encarei com um sorriso nos lábios a tarefa gigantesca que é montar a minha árvore de Natal lá em casa…
Para quem não sabe, eu tenho uma casa pequenina, mas cheia de personalidade e com a mania das grandezas: tem de caber lá o sofá enorme, a cama grande e a árvore de natal gigantesca, que todos os anos insiste em se fazer notar!...
Juro que nesta altura do ano penso que a casa parece elástica… estica de um lado, encolhe do outro, troca-se isto daqui para ali e lá se consegue encaixar tudo. Pois… huum… verdade: não se consegue tirar grande proveito da mesa de jantar, mas… que se lixe!...
Por estes dias passou mais um aniversário da minha casa. Já lá vão 4 anos na "casa-mais-linda-do-mundo" -  minha, toda minha (e grande parte do banco) e cheia de coisas que gosto e que são a minha cara. Sim, mesmo o candeeiro de Aladino que ninguém gosta (ok, Clara?!). A "melhor-esplanada-da-cidade-do-Porto" que tanto gosto me deu conquistar e onde me sinto no meu elemento, deixando o resto do mundo fechado lá fora.
Dei por mim a pensar nisso e no quanto a minha casa significa para mim. A recordar as casas onde vivi desde que me mudei para o Porto e a aventura que foi decidir-me de vez pelo meu cantinho (foi a 1ª que vi e só depois de umas tantas e quase um ano é que cheguei mesmo à conclusão que não valia a pena pensar mais no assunto…).
Recordei a surpresa que a minha mãe e a minha irmã me fizeram quando fui operada e as "engenhoquices" que insisti em fazer eu mesma: desde instalar o fogão e o forno (all by myself!) ao sensor remoto da caldeira, passando pela conversão em estantes de parte do armário da entrada. As cortinas tipo venezianas que fiz e instalei na cozinha, a própria cozinha que já alguns vizinhos vieram admirar e copiar e a estante (a GRANDE) estante da sala, mandada fazer por medida e que faz lembrar uma biblioteca do fim do século XIX…
…Quando regressei ao Porto, depois da minha aventura em Coimbra, andei durante uns tempos obcecada com estar em casa: estava tão farta, mas tão farta de ficar no hotel (e tinha sorte, que era um hotel bom e onde era muito bem tratada: todos me conheciam e já sabiam o que queria e do que gostava… mas era um hotel) que durante uns bons meses me recusei a sair de casa: não jantava fora, não saía, não queria sair nem fazer nada: apenas ficar em casa e suspirar pelo quando era bom lá estar. Parece estranho, mas parecia que estava a tentar compensar o tempo perdido…
Mais um ano que passou e mais um ano que consegui encaixar a minha grande (e linda)
árvore de natal. Já lá vão 4 anos desde o dia em que a casa passou a ser minha e que, sem mais nada sem ser umas almofadas emprestadas e uma piza, 4 jovens inconscientes resolveram montar pela primeira vez a árvore gigantesca na casa vazia…
…estranho, nessa altura não parecia tão grande…

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

...

Mais um dia complicado e mais uma série de problemas…
Parei agora para respirar fundo e recuperar fôlego e permitir-me por uns instantes deixar-me invadir pela melancolia que teima em se fazer notar.
Hoje sinto-me particularmente esgotada. As minhas olheiras estão pior do que nunca e a dor de cabeça que sinto desde segunda-feira continua a massacrar, tendo-se permitido hoje ao requinte de me afectar os olhos: tenho a pálpebra esquerda a tremelicar desde manhã.
Sei que não posso falar em férias (arrisco-me a levar uma tareia, eu sei…) mas estou realmente a precisar de tirar uns dias e descansar a sério.
Aproximam-se dias diferentes: a minha mãe vai ser submetida a uma pequena cirurgia no próximo sábado, mas sinto-me tranquila em relação a isso por ser uma intervenção simples e porque sei que vai estar entregue a boas mãos. Como a próxima semana vai ser curtinha (2 dias cá e dois dias na capital) tenho a certeza de que vai passar rapidinho e depois…
…depois, lá vou eu: uma semana i-n-t-e-i-r-i-n-h-a de férias!...

 …indo eu, indo eu, a caminho do Montesinho...

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

O Trovador

Ontem fui à Ópera, assistir à estreia d' "O Trovador".
Trata-se de uma ópera em 4 actos, cujo enredo, resumidamente, é:
"O conde-pai apanhou uma cigana (mãe) a olhar para o seu filho e mandou-a queimar por feitiçaria. A filha como vingança roubou o bebé para o queimar na fogueira, mas enganou-se (pois, claro!) e queimou o seu próprio filho. Anos mais tarde o conde-filho procura a cigana para vingar a morte do irmão.
Entretanto o conde-filho tem uma paixoneta pela Leonora que por sua vez tem uma paixoneta pelo misterioso Trovador. Logo o conde-filho persegue o Trovador para o matar e ficar com a sua amada. Quando o consegue capturar, a Leonora troca a liberdade do Trovador pela promessa de que se rende ao conde, mas a malandra assim que obtem o perdão do seu amado, toma veneno para tramar o conde. Este quando percebe que foi enganado mata na mesma o Trovador e a cigana revela nesse momento que afinal quem ele tinha acabo de matar era o seu próprio irmão. "Vingançaaaaa!!!"…" 


Querido Giuseppe… É verdade que tens um talento fora de série enquanto compositor, mas para escreveres enredos, ficas um bocadinho ao nível daquilo a que no século XXI chamamos de telenovela mexicana…

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Lady In the Water

Ontem fui ao cinema, coisa que já não fazia há muuuuuito tempo.
Sabendo que o Shyamalan é dado a filmes pouco óbvios e com desfechos surpreendentes, dei por mim pouco convencida com o estranho começo do filme " A Senhora da Água"…
...mas durou pouco essa sensação. De repente comecei a deixar-me embalar pela "bedtime story", com essa mistura entre o real e o imaginário, sendo transportada para onde só quem não sonha não consegue chegar. Senti-me invadida pela pureza da mensagem e pela fantasia de quem vagueia na simplicidade entre o bem e o mal e saí do cinema completamente arrebatada pela história, pela imaginação e pela simplicidade do filme.
Estou certa de que esta não é uma opinião consensual. Muitos não se sentirão embalar pelos sonhos deste autor/argumentista/realizador/actor e seguramente poucos terão a imaginação necessária para ver e sentir o mesmo que eu senti.
Mas isso não me interessa. Foi um excelente filme e maravilhosa a sensação atordoante que ele provocou em mim…

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Hoje estou triste.
Não percebo... de forma objectiva e pragmática tenho tudo o que é importante para estar muito feliz, e no entanto... 

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

...

Estou um bocadinho melhor…
Regressei ao trabalho e às complicações, com uma secreta esperança de que hoje fosse um dia tranquilo. Tive sorte… não houve muitos problemas e ainda fui brindada com uma prenda de que tanto precisava para atingir os objectivos mensais, mas de que já estava a perder esperança de conseguir.
Estou tranquila.
Será que esta paz aparente vai durar ou será (mais uma vez) apenas uma pausa do turbilhão de coisas e acontecimentos que tem pautado a minha vida?...

sábado, 28 de outubro de 2006

...

Tenho estado doente.
Sem forças para mudar o mundo, nem energia para dispensar atenção a ninguém. Sem inspiração, nem paciência...
Apetece-me ser rezingona, mau-feitio e gritar aos ouvidos de quem diz tontices acerca do que realmente penso das barbaridades que dizem... e aproveitar e descarregar ainda mais dizendo-lhes algumas verdades bem duras e cruas sobre o que acho que essas pessoas são e dos disparates que proferem (e acreditem que quando me dá para isto eu sou capaz de arrasar com quem quer que seja o alvo da minha ira...).
Mas ao mesmo tempo que me apetece tudo isto, vou tendo alguns acessos de mimo e carinho profundo para com as pessoas que tão cuidadosamente têm tratado de mim.
Nunca parei muito para pensar nisto, mas acho que estar doente provoca-me uma espécie de exaltação de emoções que atingem extremos quer em género, quem em quantidade. Fico mimada e com vontade de mimar. Fico com vontade de ser o centro do mundo e com isso sinto-me no direito de ter mais mau-feitio do que o habitual. Fico sem paciência... mas também fico com uma vontade quase irresistível de corresponder de forma avassaladora aos mimos de quem me mima. E nestes dias tenho sido muuuito mimada...

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Pura poesia

Alguém escreveu o seguinte:
"Acho que dar e receber mimo é das coisas mais maravilhosas que existe: transmitir o carinho que se sente por uma pessoa, através de um beijo, de uma caricia, de um olhar ou daquela palavra mágica - cheio de profundidade e de intenção - é realmente único..."
 
Desde a primeira vez que li esta frase, não voltei a esquecer esta forma tão franca de descrever algo que nos dias de hoje parece estar fora de moda...
...aqui fica a minha (mini) homenagem a quem ainda se permite ter alma de poeta.
 

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Equinócio

Hoje é dia de equinócio.
Hoje temos o mesmo tempo de luz solar como o que nos mantemos escondidos dela.
Acabou o Verão e os dias vão ficar mais e mais pequenos...
...nem de propósito, como quem quer marcar de forma inequívoca o fim da estação, hoje estamos a ser brindados com um temporal com chuva fria e vento que leva tudo o que lhe aparecer pela frente.
Hoje parece que, de um momento para o outro, o mundo mudou de forma dramática e ficou revestido de castanho e cinza.
Fico sempre nostálgica nesta altura do ano. Gosto do calor e de sentir o sol a envolver-me e por isso sou fã incondicional do Verão... daí ficar entristecida quando sinto que ele está a acabar.
Hoje apetece-me calçar as minhas botas e partir para o Montezinho. Vaguear pelas suas estradas ladeadas por castanheiros com tons avermelhados e apanhar castanhas caídas nas bermas para assar na lareira. Sentir o cheiro da terra quente contrastado com os aromas de castanhas assadas. Sentir o meu nariz a gelar com os ventos frescos que se fazem sentir. E estar longe... longe do mundo e de regresso às coisas simples, como a terra, os campos e as pessoas que deles vivem e que mantêm sempre um sorriso pronto para mostrar aos desconhecidos que os vêm visitar...
 

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Chuva

Chuva. Voltou e em força.
Quem me conhece sabe que não gosto muito de chuva. Gosto de a ouvir lá fora quando estou confortavelmente enroscada em casa, mas à parte disso…
Não sei se é por estar mais velha ou se por estar cada vez mais receptiva a coisas novas, mas a minha relação com a chuva tem vindo a mudar. Ontem dei por mim a saborear o som da chuva e a dar descanso ao guarda-chuva (ou chapéu de chuva, como se diz na minha terra) enquanto passeava na rua, a recordar com nostalgia os dias de férias que passei em Monteverde, na Costa Rica.
Monteverde foi uma aventura e uma revelação. Foi o destino mais rústico das várias paragens que fiz nestas férias, o destino mais frio, com piores acessos, o mais aventuroso e o mais ecológico. Por lá visitei o parque natural e vi pássaros, bichos e plantas que nunca tinha visto, passeei pelo meio de colibris de mil cores (numa concentração de pássaros por metro quadrado que não julgava possível) e fiz tantas e tantas coisas que me é difícil enumerar agora.
Mas a maior aventura em Monteverde foi o passeio pelas pontes suspensas não só pela caminhada em si, como pelas vistas e pela… tempestade tropical, brindada com trovoada, que se abateu sobre nós em bátegas que magoavam e que impermeável nenhum no mundo conseguia reter. Agora é só imaginar-me (a não gostar de andar à chuva) a pensar que aquela era uma oportunidade única para andar naquelas pontes e passear pelo topo das árvores da floresta, oportunidade que não podia perder de maneira nenhuma, mas… que estava a chover demais e que o pior sítio do mundo para se andar debaixo daquela trovoada era precisamente nas copas das árvores, em pontes suspensas que ainda por cima eram metálicas…
Fui. Inicialmente pouco convencida e no fim completamente rendida. Adorei não só as vistas, como a aventura e a chuva em si. Ficou a memória da tempestade e do nosso amigo israelita (cujo nome não recordo) que corajosamente se juntou a nós nesta aventura, enquanto todos se refugiavam do mau tempo.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Loucura

Parar. Preciso de parar… Forçar a paragem desta espiral de loucura que me invade e encontrar o verdadeiro sentido das coisas...

terça-feira, 1 de agosto de 2006

...

São tantas as palavras que me correm no pensamento e tão poucas as que me parecem apropriadas para te dizer… Hoje estou com o meu pensamento em ti, por ti e para ti.
Apenas e só porque gosto muito de ti…

quinta-feira, 27 de julho de 2006

"Não pode haver cubanos contentes"

"Um tribunal de Miami, EUA, obrigou uma escola primária a recolocar os 24 livros que falavam de Cuba na sua biblioteca, segundo o jornal americano "Tampa Bay". O pai de uma criança não gostou das imagens dos livros, pois mostravam cubanos felizes e pediu para serem retirados. O conselho directivo acedeu. Mas um juiz, visivelmente irritado, anulou a decisão"
In "Metro", 27/07/2006
 
Esta é a única literatura que tenho disponível no café aqui ao lado, onde costumo beber café todas as manhãs. Hoje, ao ler isto, até me engasguei...
...este (tão liberal e democrático) papá devia ficar chocado se fosse a Cuba e se apercebesse que grande parte dos cubanos não só é feliz, como também orgulhoso de si e do seu país!...

terça-feira, 25 de julho de 2006

Mais uma estrelinha no céu!...

Esta minha aventura no mundo dos blogs começou (já lá vai algum tempo!) com um desafio de uma certa moçoila que também se tinha aventurado nestas andanças.
Já lá vão alguns anos de constante presença neste mundo que ambas criámos, aproveitando para manter contacto e ir sabendo as novidades de parte a parte, com acompanhamento próximo dos respectivos blogs. Pois... por aqui e nos aniversários da Clara.
Não é justo esquecer-me dos aniversários da Clara, aqueles que têm mais convidados do que muitos casamentos, onde todos fazemos questão em estar presentes e onde todos nos revemos, ano após ano, como se de um jantar de curso se tratasse (sim, a Sandra é a felizarda que casou com o Miguel, também ele engenheiro da mesma "fornada" que eu).
Porque me lembrei de tudo isto hoje? Simples... Hoje nasceu o Ruizinho. O auspicioso bebé que é fruto dessa cumplicidade tão bonita de se ver, entre estes dois felizes e babados papás.
Sejas bem-vindo, Ruizinho, cuja vida ainda agora começou, mas que já tem sido acompanhada tão de perto.
...e acho que nunca mais vou esquecer o ar tão leve, fresco e feliz com que a Sandra me atendeu o telefone (imaginem!) apenas uma hora depois do nascimento!!!...

sexta-feira, 21 de julho de 2006

De volta às raízes

Depois de devaneios mais ou menos poéticos, aqui me encontro eu, num cenário totalmente diferente e que me é tão querido: a casa dos meus pais.
Aqui, neste porto seguro, sinto um estranho regresso às origens e à simplicidade da vida, tal como já foi há uns anos atrás. Aliás, todos os pormenores se mantêm iguais a si mesmos e até o jantar a quatro pareceu uma cena retirada de qualquer página da história que juntos temos vindo a escrever ao longo de todos estes anos.
Só a ideia de que esta noite vou dormir na minha eterna cama (que estreita que ela é!) me faz sorrir e recordar tantos e tantos momentos felizes recheados de gargalhadas, conversas cúmplices e histórias mirabolantes tão próprias e privadas de duas amigas tão profundas como sou eu e a minha irmã, com laços que nem o tempo nem mais ninguém consegue quebrar.
Aqui sinto-me igual a mim mesma e em paz. Aqui recupero a serenidade que por vezes parece desvanecer-se face a alguns espinhos que a vida vai revelando.
Aqui dou por mim a sentir saudades do tempo em que me dedicava mais a estas paragens. Do tempo em que tinha pc em casa (isto de sempre ter trabalhado com um portátil e ter ficado sem este "mimo"...) e do bem que me faz escrever e descobrir-me a mim mesma através das palavras que me saem directamente da alma.
Aqui me descontraio a escrever estas palavras ao som da doce voz da Corinne Bailey Rae...
Aqui recarrego baterias para a loucura que vai ser este fim de semana (2 casamentos e um pic-nic, com direito a soprar velas), com a certeza de que segunda-feira tenho de voltar a reencontrar a objectividade e a concentração necessárias para enfrentar mais uma semana de trabalho...

...

É-me difícil descrever algumas sensações que por vezes me tiram de mim e me transportam para paragens imaginárias, em cuja existência acredito apesar de parecerem inatingíveis.
Ontem fui arrebatada com uma espécie de regresso ao passado, transportada por um estado de alma navegante através dos sons imortais de Mozart, com o seu poderoso Requiem. O poder da música, a força das vozes e o impacto que tiveram em mim foi estonteante de tal forma que, por instantes cuja duração não consigo quantificar, o mundo em meu redor desvaneceu-se e a alma e os sons dominaram e absorveram toda a restante realidade mundana…
...foi a primeira vez que voltei a apreciar música clássica interpretada por um coral. E fiz as pazes com esta estranha forma de música e comigo mesma.
Ali, no escuro do chão da minha sala, com as janelas abertas e as cortinas a balançarem com a fresca e leve brisa que se fazia sentir…

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Acqua

Perguntavam-me se eu gostava "assim tanto" de água.
Eu respondi assim:
 
"Muuuuuito.
Água calma, água revolta, água debaixo de sol abrasador, água depois do sol se pôr, água para mergulhar e ficar o máximo tempo possível lá debaixo, onde os sons são outros e o mundo é só nosso.
Água para brincar nas ondas, água azul e tépida com corais e peixes multicolores a nadarem e a brincarem comigo a escassos milímetros da pele.
Água de cascatas, na penumbra das sombras de uma qualquer vegetação (nem precisa de ser na Costa Rica), água de rio antes de uma descarga da barragem mais próxima, com uma paz tão forte que se sabe prestes a terminar, como se tratasse do olho de um furacão.
Água. Comigo dentro ou fora, mas sempre por perto.
 
Uma das coisas que às vezes faço, só por ter saudades, é fazer o percurso mais longo para casa, começando aqui já na Foz, percorrendo a marginal e só subindo na rua que dá acesso directo a casa. Por vezes até páro, só para respirar o rio... "

terça-feira, 11 de julho de 2006

Lá em baixo

..."e tu, Maria, diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite até ser já quase dia
é tarde, Maria...

...toda a gente passou horas em que andou desencontrada...

...como à espera do comboio na paragem do autocarro..."

Retrovisor
Sérgio Godinho. Aqui fica a referência...

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Back to home... work, problems and world cup!

Pois... voltei do paraíso.
Tive uns dias às voltas com os fusos horários (as porcarias que dá na tv a determinadas horas são uma curiosidade engraçada para quem tem insónias... desde que encaradas com espírito humurístico), mas já regressei ao trabalho e em força.
Tenho uma série de coisas rascunhadas em bloquinhos (uns trazem sabonetes, outros os frasquinhos, mas eu cá sou fã é dos blocos de notas...) para escrever por estes lados, mas ficam para serem publicadas depois, que o tempo urge.
Esta escapadinha é para partilhar convosco um pensamento de hoje, que se escapou desta minha grande boca e que me parece ser merecedora de reflexão: "se o nosso governo foi tão célere a acabar com as férias judiciais, porque não fez o mesmo com as férias parlamentares.
Espero que não seja nenhuma gafe, mas tanto quanto sei a Assembleia da Républica continua a ter mais do que os 22/25 diazitos de férias a que o comum dos mortais está sujeito...

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Voltaram. Devagar, sorrateiramente e em versao light

Pois e. Isto de andar a brincar com actividades mais ou menos radicais da nisto... lava-se a alma, anda-se a chuva nas copas das arvores, brinca-se muito e... descobre-se que as minhas amigas de Outubro de 2003 afinal nao foram totalmente banidas.
Valha-me a experiencia de mais de 20 anos de convivio proximo para saber como lidar com elas da melhor forma para nao ter as ferias estragadas.
Viva o sol, a floresta tropical e este mar maravilhoso...
...ja tinha dito que estou na costa do Pacifico?...

Back... but for something different!

De volta a um hotel com net e de volta a escrever mais um bocadinho...
Hoje para dar os parabens a um graaaande amigo que me acompanha desde os primeiros tempos de faculdade (longas horas de conversa acompanhados de pasta, o WinRest e o seu famoso porshe) ate aos dias de hoje.
Falo do Paulo que, depois de muita dedicacao e de muitas "teses de doutoramento" (palavras dele ao descrever o trabalho desenvolvido por ele para este fim) conseguiu esta coisa maravilhosa!
Parabens!!!!
Ah, e ao Pedro e ao Paulo e restantes amigos que entre uns toques de bola e muita genialidade robotica conseguiram o titulo mundial!...

terça-feira, 20 de junho de 2006

Eu sabia que tinha de haver pelo menos uma!...

Tinha de ser. Eu estva a achar dificil de encontrar, mas ela existe!
Parece que os eucaliptos afinal teem uma utilidade: plantados perto de plantacoes de cafe sao beneficos ao controlo de parasitas: eles acabam por ser atraidos pelos eucaliptos e poupam as plantas do cafe...
Afinal existe uma razao util para a sua existencia...

Live from Costa Rica

Adivinhem la: estou mesmo na Costa Rica.
(desculpem os erros, mas este teclado e estranhissimo)
Cheguei ontem e entre uma inacreditavelmente longa viagem de aviao e o jet-lag, foi uma experiencia para esquecer.
Mas isto e realmente bonito. Desde que ca estou (umas singelas 24 horas e qq coisita) ja andei na estrada trans-americana, ja vi um vulcao e estou num hotel deslumbrante no meio da floresta tropical: Hotel Tabacon
Tenho que vos dizer: tomar umas banhocas em aguas termais no meio de uma vegetacao luxiriante e com tantas fl;ores exoticas e do melhor...
Pena que estejam tantos norte-americanos nas redondezas... eles conseguem falar mais e fazer mais barulho que os Espanhois...

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Costa Rica, here I go...

Ora então é mesmo verdade: esta moçoila inconsciente vai mesmo tirar umas férias em grande e vai até à Costa Rica.
Vão ser 2 semanas inteirinhas do outro lado do mundo, sem telefones, telemóveis, chefes e colaboradores, clientes chatos e - principalmente - sem roaming!... Sim, porque assim tenho a certeza que ninguém cai em tentação...
Ainda estou meio em transe com o lufa-lufa dos últimos dias (ainda gostava de perceber porque é que quando vamos de férias trabalhamos o triplo antes de ir e temos muito mais à nossa espera quando chegamos...) e com a perspectiva de que o meu regresso vai ser brindado com uma aventura em particular (vou abraçar uma responsabilidade nova que me assusta um bocadinho...).
Junho vai terminar a 48ºW e Julho é sempre aquele mês especial...
Até ao meu regresso

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Férias, esse assunto que me é tão querido…

Já tardava, devem estar a pensar aqueles raros, teimosos e fiéis seguidores deste blog desde o seu princípio… Tanto tempo sem falar em férias nem parece normal em mim.
Pois cá estou eu de novo a divagar com essa coisa tão maravilhosa que são a férias e a sonhar com destinos bem distantes. Desta vez estava apostada em ir até à Costa Rica…
Um destes dias escrevi o seguinte:
"A Costa Rica é o país do mundo com maior número de parques naturais protegidos. Tem Caraíbas de um lado e Pacífico do outro. Tem floresta tropical com características similares à Amazónia (e quase tantas espécies diferentes de bicharada) e um vulcão activo (segundo contam, à noite vê-se a lava incandescente). Em determinada época do ano (adivinhem lá qual) há, na costa das Caraíbas, a desova das tartarugas. Além disso é dos países com maior variedade e quantidade de orquídeas do mundo.
...e há uma elevada aposta no turismo desportivo/radical."
Apetece mesmo, não apetece?
O problema é que a Costa Rica fica do outro lado do mundo. São 14 horas dentro de um avião e muito dinheiro pelo meio.
Ontem estive na agência de viagens e desmotivei por completo. A teoria de querer aproveitar tudo ao máximo (já que vou até tão longe) tem reflexos estupidamente elevados no preço a pagar. Agora estou dividida: vou até lá e esqueço o amor à carteira (afinal se não é para usufruir das coisas boas da vida que se trabalha tanto…) ou desisto e vou para qualquer outro destino – e há tantos…
O problema é que já ando a pensar na Costa Rica há 2 anos…

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Dia diferente

Hoje foi um dia diferente.
Profissionalmente representou algo que provocou um exercício de introspecção que já não fazia há algum tempo. Mais uma vez concluo que sou efectivamente diferente de tantos que julgava iguais, por mais semelhanças que aparentemente existam.
A empresa onde trabalho está em pleno momento de revolução de estratégias com consequentes reajustes nos recursos humanos. Por isso mesmo hoje foi promovido um encontro de quadros onde foram explicadas muitas coisas e se desenharam os cenários que se prevêem para o futuro.
Na verdade não fiquei a saber nada de novo. Não que não existam novidades, mas algumas delas já tinha concluído através de uma análise do estado actual das coisas, com alguma ajuda do que tenho ouvido aqui e ali… mas a serenidade que obtive por ver confirmadas as minhas conclusões (sinal de que ainda encontro alguma lógica no que me rodeia) não foi de todo um sentimento partilhado. E aqui é que encontro a diferença…
Mas hoje foi diferente por mais um motivo. Hoje soube que alguém de que gosto muito vai abraçar um novo projecto profissional.
Tenho de confessar que a minha reacção foi muito pior do que seria expectável. Foi como se um angustiante sentimento de perda se apoderasse do meu estado de espírito… Trata-se de alguém que tem progressivamente marcado presença no meu dia-a-dia e que tem contribuído (e de que maneira) para tornar mais agradável o meu trabalho, a empresa e o ambiente que a envolve. Alguém que me tem feito ver, quando tudo parece mais cinzento, os aspectos mais positivos da minha situação profissional e tem sido um apoio e companhia de que não me vai ser fácil abdicar.
Mas tudo isto é egoísta.
Por ser efectivamente alguém especial a quem reconheço qualidades suficientes para considerar um modelo a seguir, só lhe posso desejar toda a felicidade do mundo, que genuinamente acho que merece.
E estranhamento sinto-me invadida por um sentimento de nostalgia, por reconhecer os sintomas que me foram descritos pelo meu amigo JSP, em Dezembro de 2004, quando lhe disse que ia sair da empresa onde estava na altura.
…e não consigo deixar de me lembrar que ele acabou por sair de lá logo após…
Hoje foi realmente um dia especial. E não consigo deixar de pensar em tudo isto enquanto estou dentro de um carro a fazer a viagem de regresso ao Porto, envolta em conversas tontas com graçolas de circunstância e um céu estrelado deslumbrante, com Cassiopeia e Orion a espreitarem sob o meu ombro enquanto rascunho estas palavras…

segunda-feira, 20 de março de 2006

Pequeno esclarecimento

Cá estou eu mais uma vez (ena, tão assídua que eu estou!...) apenas para dar uma pequena "achega" no meu post anterior. É que, quando reli o que escrevi, dei por mim a pensar que quem estiver fora do contexto pode pensar que eu sou uma pessoa horrível…
Passo a explicar: tenho um colaborador que resolveu fazer birra. Imagem só a cena, o senhor acha que o seu carro já está um bocado velho para ele, então resolveu "encostá-lo" e agora anda a pé (e à chuva, que é para dar mais nas vistas).
O que é que se faz a uma pessoa assim??? Eu cá não estou para aturar birras. Se ele quer andar a pé, que ande… e já agora que chova mais um bocadinho.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Putos vrs profissionais

Todos temos dias de trabalho em que só apetece sair porta fora, apresentar carta de demissão e nunca mais voltar a ver nada que diga respeito ao nosso trabalho. Mas depois lá aparece o sorriso na cara de alguém com quem gostamos de trabalhar, um telefonema com alguma voz simpática e, aos poucos, a nossa má vontade vai esmorecendo. A tentação de fazer boicote é grande e por vezes tentadora…
Mas acho que há limites. Pelo menos eu acho que nunca os passei e tenho-me esforçado por ter alguns "escapes" onde desabafar é seguro e terapêutico.
Agora sou confrontada com outra realidade: tenho um subordinado (que até tem uma posição importante de liderança de uma equipa e que se devia comportar à altura) que resolveu fazer birra!... Isso: birra. Como uma criancinha daquelas detestáveis que se põem aos berros no meio do centro comercial.
Será que eu devia fazer como as mãezinhas dessas criancinhas e dar-lhe uns açoites?... Até parece legítimo, se ele cede à tentação de fazer birra, eu também tenho direito a ceder à tentação de lhe dar um correctivo… Yep! Pelo menos dá-me para rir...

quinta-feira, 16 de março de 2006

Saudades e pensamentos à solta

Hoje dei por mim cheia de saudades de escrever e de partilhar com quem quer que seja alguns dos pensamentos que vão girando em turbilhão na minha cabeça. Não acredito que ainda vá tendo leitores num blog que está praticamente inactivo há tanto tempo, mas isso é um promenor de menor importância: escrevo porque gosto, escrevo porque me apetece e - principalmente - escrevo quando tenho tempo para isso...
Esta saudade começou a aparecer com as notícias que têm preenchido os nossos telejornais acerca do encerramento de uma série de maternidades por esse país fora. Na verdade esta também é uma maneira de exprimir as minhas opiniões de uma forma mais pública (de forma limitada dadas as audiências, pois... é certo... mas pública). Juntando a isto mais a necessidade de uns desabafos e pronto, cá estou eu.
Voltando às maternidades. Sou só eu ou mais alguém acha uma coisa completamente anormal a decisão de se recorrer a uma maternidade espanhola como solução para o nascimento de crianças portuguesas???... Bolas, eu sei que sou muito pouco flexível quanto a tudo o que se relacione com os nossos vizinhos espanhóis, pois subscrevo inteiramente a venha máxima de que "de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento", mas isto vai muito além desta convicção pessoal.
Se eu vivesse em Elvas se calhar nem pensava assim. Quem vive tão perto da fronteira pode gerir os benefícios que pode tirar daí (os combustíveis são o melhor exemplo: os preços além fronteira são tão mais baixos que é assustador pensar nas margem que a nossa administração central tira desse negócio). Se calhar esta questão nem faz sentido nenhum para os visados por esta política por se tratar de uma realidade tão presente em tantas outras coisas, mas a mim faz-me confusão.
Tratam-se de portugueses nascidos em espanha que afinal serão portugueses, mas em conceito espanhóis?Nah... não é para mim. Além disso, lembrando alguns dizeres antigos, bem basta o caso de Olivença, que já não é nossa...
Ou então sou eu que sou uma previligiada que vive num grande centro urbano com acesso a todos estes serviços a dois passos de casa e que, por isso mesmo, não tem de se preocupar à séria com estas coisas e dá por si a divagar com preconceitos menores face a reais necessidades de quem está a muitos km's de distância dos locais onde se prestam estes serviços primários...