Chuva. Voltou e em força.
Quem me conhece sabe que não gosto muito de chuva. Gosto de a ouvir lá fora quando estou confortavelmente enroscada em casa, mas à parte disso…
Não sei se é por estar mais velha ou se por estar cada vez mais receptiva a coisas novas, mas a minha relação com a chuva tem vindo a mudar. Ontem dei por mim a saborear o som da chuva e a dar descanso ao guarda-chuva (ou chapéu de chuva, como se diz na minha terra) enquanto passeava na rua, a recordar com nostalgia os dias de férias que passei em Monteverde, na Costa Rica.
Monteverde foi uma aventura e uma revelação. Foi o destino mais rústico das várias paragens que fiz nestas férias, o destino mais frio, com piores acessos, o mais aventuroso e o mais ecológico. Por lá visitei o parque natural e vi pássaros, bichos e plantas que nunca tinha visto, passeei pelo meio de colibris de mil cores (numa concentração de pássaros por metro quadrado que não julgava possível) e fiz tantas e tantas coisas que me é difícil enumerar agora.
Mas a maior aventura em Monteverde foi o passeio pelas pontes suspensas não só pela caminhada em si, como pelas vistas e pela… tempestade tropical, brindada com trovoada, que se abateu sobre nós em bátegas que magoavam e que impermeável nenhum no mundo conseguia reter. Agora é só imaginar-me (a não gostar de andar à chuva) a pensar que aquela era uma oportunidade única para andar naquelas pontes e passear pelo topo das árvores da floresta, oportunidade que não podia perder de maneira nenhuma, mas… que estava a chover demais e que o pior sítio do mundo para se andar debaixo daquela trovoada era precisamente nas copas das árvores, em pontes suspensas que ainda por cima eram metálicas…
Fui. Inicialmente pouco convencida e no fim completamente rendida. Adorei não só as vistas, como a aventura e a chuva em si. Ficou a memória da tempestade e do nosso amigo israelita (cujo nome não recordo) que corajosamente se juntou a nós nesta aventura, enquanto todos se refugiavam do mau tempo.
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