quarta-feira, 24 de maio de 2006

Férias, esse assunto que me é tão querido…

Já tardava, devem estar a pensar aqueles raros, teimosos e fiéis seguidores deste blog desde o seu princípio… Tanto tempo sem falar em férias nem parece normal em mim.
Pois cá estou eu de novo a divagar com essa coisa tão maravilhosa que são a férias e a sonhar com destinos bem distantes. Desta vez estava apostada em ir até à Costa Rica…
Um destes dias escrevi o seguinte:
"A Costa Rica é o país do mundo com maior número de parques naturais protegidos. Tem Caraíbas de um lado e Pacífico do outro. Tem floresta tropical com características similares à Amazónia (e quase tantas espécies diferentes de bicharada) e um vulcão activo (segundo contam, à noite vê-se a lava incandescente). Em determinada época do ano (adivinhem lá qual) há, na costa das Caraíbas, a desova das tartarugas. Além disso é dos países com maior variedade e quantidade de orquídeas do mundo.
...e há uma elevada aposta no turismo desportivo/radical."
Apetece mesmo, não apetece?
O problema é que a Costa Rica fica do outro lado do mundo. São 14 horas dentro de um avião e muito dinheiro pelo meio.
Ontem estive na agência de viagens e desmotivei por completo. A teoria de querer aproveitar tudo ao máximo (já que vou até tão longe) tem reflexos estupidamente elevados no preço a pagar. Agora estou dividida: vou até lá e esqueço o amor à carteira (afinal se não é para usufruir das coisas boas da vida que se trabalha tanto…) ou desisto e vou para qualquer outro destino – e há tantos…
O problema é que já ando a pensar na Costa Rica há 2 anos…

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Dia diferente

Hoje foi um dia diferente.
Profissionalmente representou algo que provocou um exercício de introspecção que já não fazia há algum tempo. Mais uma vez concluo que sou efectivamente diferente de tantos que julgava iguais, por mais semelhanças que aparentemente existam.
A empresa onde trabalho está em pleno momento de revolução de estratégias com consequentes reajustes nos recursos humanos. Por isso mesmo hoje foi promovido um encontro de quadros onde foram explicadas muitas coisas e se desenharam os cenários que se prevêem para o futuro.
Na verdade não fiquei a saber nada de novo. Não que não existam novidades, mas algumas delas já tinha concluído através de uma análise do estado actual das coisas, com alguma ajuda do que tenho ouvido aqui e ali… mas a serenidade que obtive por ver confirmadas as minhas conclusões (sinal de que ainda encontro alguma lógica no que me rodeia) não foi de todo um sentimento partilhado. E aqui é que encontro a diferença…
Mas hoje foi diferente por mais um motivo. Hoje soube que alguém de que gosto muito vai abraçar um novo projecto profissional.
Tenho de confessar que a minha reacção foi muito pior do que seria expectável. Foi como se um angustiante sentimento de perda se apoderasse do meu estado de espírito… Trata-se de alguém que tem progressivamente marcado presença no meu dia-a-dia e que tem contribuído (e de que maneira) para tornar mais agradável o meu trabalho, a empresa e o ambiente que a envolve. Alguém que me tem feito ver, quando tudo parece mais cinzento, os aspectos mais positivos da minha situação profissional e tem sido um apoio e companhia de que não me vai ser fácil abdicar.
Mas tudo isto é egoísta.
Por ser efectivamente alguém especial a quem reconheço qualidades suficientes para considerar um modelo a seguir, só lhe posso desejar toda a felicidade do mundo, que genuinamente acho que merece.
E estranhamento sinto-me invadida por um sentimento de nostalgia, por reconhecer os sintomas que me foram descritos pelo meu amigo JSP, em Dezembro de 2004, quando lhe disse que ia sair da empresa onde estava na altura.
…e não consigo deixar de me lembrar que ele acabou por sair de lá logo após…
Hoje foi realmente um dia especial. E não consigo deixar de pensar em tudo isto enquanto estou dentro de um carro a fazer a viagem de regresso ao Porto, envolta em conversas tontas com graçolas de circunstância e um céu estrelado deslumbrante, com Cassiopeia e Orion a espreitarem sob o meu ombro enquanto rascunho estas palavras…