Mais um ano que passa e mais uma vez encarei com um sorriso nos lábios a tarefa gigantesca que é montar a minha árvore de Natal lá em casa…
Para quem não sabe, eu tenho uma casa pequenina, mas cheia de personalidade e com a mania das grandezas: tem de caber lá o sofá enorme, a cama grande e a árvore de natal gigantesca, que todos os anos insiste em se fazer notar!...
Juro que nesta altura do ano penso que a casa parece elástica… estica de um lado, encolhe do outro, troca-se isto daqui para ali e lá se consegue encaixar tudo. Pois… huum… verdade: não se consegue tirar grande proveito da mesa de jantar, mas… que se lixe!...
Por estes dias passou mais um aniversário da minha casa. Já lá vão 4 anos na "casa-mais-linda-do-mundo" - minha, toda minha (e grande parte do banco) e cheia de coisas que gosto e que são a minha cara. Sim, mesmo o candeeiro de Aladino que ninguém gosta (ok, Clara?!). A "melhor-esplanada-da-cidade-do-Porto" que tanto gosto me deu conquistar e onde me sinto no meu elemento, deixando o resto do mundo fechado lá fora.
Dei por mim a pensar nisso e no quanto a minha casa significa para mim. A recordar as casas onde vivi desde que me mudei para o Porto e a aventura que foi decidir-me de vez pelo meu cantinho (foi a 1ª que vi e só depois de umas tantas e quase um ano é que cheguei mesmo à conclusão que não valia a pena pensar mais no assunto…).
Recordei a surpresa que a minha mãe e a minha irmã me fizeram quando fui operada e as "engenhoquices" que insisti em fazer eu mesma: desde instalar o fogão e o forno (all by myself!) ao sensor remoto da caldeira, passando pela conversão em estantes de parte do armário da entrada. As cortinas tipo venezianas que fiz e instalei na cozinha, a própria cozinha que já alguns vizinhos vieram admirar e copiar e a estante (a GRANDE) estante da sala, mandada fazer por medida e que faz lembrar uma biblioteca do fim do século XIX…
…Quando regressei ao Porto, depois da minha aventura em Coimbra, andei durante uns tempos obcecada com estar em casa: estava tão farta, mas tão farta de ficar no hotel (e tinha sorte, que era um hotel bom e onde era muito bem tratada: todos me conheciam e já sabiam o que queria e do que gostava… mas era um hotel) que durante uns bons meses me recusei a sair de casa: não jantava fora, não saía, não queria sair nem fazer nada: apenas ficar em casa e suspirar pelo quando era bom lá estar. Parece estranho, mas parecia que estava a tentar compensar o tempo perdido…
Mais um ano que passou e mais um ano que consegui encaixar a minha grande (e linda)
árvore de natal. Já lá vão 4 anos desde o dia em que a casa passou a ser minha e que, sem mais nada sem ser umas almofadas emprestadas e uma piza, 4 jovens inconscientes resolveram montar pela primeira vez a árvore gigantesca na casa vazia…
…estranho, nessa altura não parecia tão grande…
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