Tenho estado doente.
Sem forças para mudar o mundo, nem energia para dispensar atenção a ninguém. Sem inspiração, nem paciência...
Apetece-me ser rezingona, mau-feitio e gritar aos ouvidos de quem diz tontices acerca do que realmente penso das barbaridades que dizem... e aproveitar e descarregar ainda mais dizendo-lhes algumas verdades bem duras e cruas sobre o que acho que essas pessoas são e dos disparates que proferem (e acreditem que quando me dá para isto eu sou capaz de arrasar com quem quer que seja o alvo da minha ira...).
Mas ao mesmo tempo que me apetece tudo isto, vou tendo alguns acessos de mimo e carinho profundo para com as pessoas que tão cuidadosamente têm tratado de mim.
Nunca parei muito para pensar nisto, mas acho que estar doente provoca-me uma espécie de exaltação de emoções que atingem extremos quer em género, quem em quantidade. Fico mimada e com vontade de mimar. Fico com vontade de ser o centro do mundo e com isso sinto-me no direito de ter mais mau-feitio do que o habitual. Fico sem paciência... mas também fico com uma vontade quase irresistível de corresponder de forma avassaladora aos mimos de quem me mima. E nestes dias tenho sido muuuito mimada...
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