Depois de devaneios mais ou menos poéticos, aqui me encontro eu, num cenário totalmente diferente e que me é tão querido: a casa dos meus pais.
Aqui, neste porto seguro, sinto um estranho regresso às origens e à simplicidade da vida, tal como já foi há uns anos atrás. Aliás, todos os pormenores se mantêm iguais a si mesmos e até o jantar a quatro pareceu uma cena retirada de qualquer página da história que juntos temos vindo a escrever ao longo de todos estes anos.
Só a ideia de que esta noite vou dormir na minha eterna cama (que estreita que ela é!) me faz sorrir e recordar tantos e tantos momentos felizes recheados de gargalhadas, conversas cúmplices e histórias mirabolantes tão próprias e privadas de duas amigas tão profundas como sou eu e a minha irmã, com laços que nem o tempo nem mais ninguém consegue quebrar.
Aqui sinto-me igual a mim mesma e em paz. Aqui recupero a serenidade que por vezes parece desvanecer-se face a alguns espinhos que a vida vai revelando.
Aqui dou por mim a sentir saudades do tempo em que me dedicava mais a estas paragens. Do tempo em que tinha pc em casa (isto de sempre ter trabalhado com um portátil e ter ficado sem este "mimo"...) e do bem que me faz escrever e descobrir-me a mim mesma através das palavras que me saem directamente da alma.
Aqui me descontraio a escrever estas palavras ao som da doce voz da Corinne Bailey Rae...
Aqui recarrego baterias para a loucura que vai ser este fim de semana (2 casamentos e um pic-nic, com direito a soprar velas), com a certeza de que segunda-feira tenho de voltar a reencontrar a objectividade e a concentração necessárias para enfrentar mais uma semana de trabalho...
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