terça-feira, 30 de novembro de 2004

Xmas

E agora algo bem mais divertido:
Estou a tentar montar a árvore de Natal em minha casa.
Qual é o divertimento disso? Fácil: tentem imaginar uma casa pequena, que tem vindo a ser preenchida progressivamente e uma árvore de Natal tamanho XL...
...e depois tentem conciliar ambas, sendo obrigatório assegurar espaço para a sua dona viver...

(...)

Sinto-me a flutuar. Fora de mim e espectadora de mim mesma.
É estranho isto, não é?
Não quero saber de coisas menores e perdi o interesse em me envolver em certas batalhas. Aliás, até o interesse de me envolver em conversas banais, sinto estar a esmorecer.

Não estou a ficar apática. Nada disso. Julgo que se trata de um mecanismo de auto-defesa, accionado pelo tal fim-de-ciclo na minha vida, que sinto estar a desenhar. E porque acho isto? Porque me sinto bem comigo mesma apesar de me sentir a distanciar de tanta coisa. Porque chego a casa e começo a ficar bem disposta.
E porque ontem era segunda e hoje já é sexta.

Ah! E apetece-me soltar uma gargalhada. Alguém tem uma piada de bolso para partilhar?

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

Preto no Branco

Perguntinha pragmática:
Se tantos trabalham apenas e só para assegurar o salário no fim do mês, porque não sou eu capaz de o fazer?...

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

E se eu fosse..

De onde estou tenho uma visão privilegiada para a rua. Não me refiro a uma janela qualquer, mas a uma grande montra de que consigo dispor, desde que a porta do gabinete esteja aberta.
Torna-se quase indiscreta por me permitir ver a rua desde o pavimento até ao céu. E como tem uma parte espelhada, não é raro perceber alguém do lado de lá a ver o seu reflexo, a apreciar a “toilette” ou então a fazer figurinhas bem mais engraçadas para nós, que as apreciamos do lado de dentro sem sermos perceptíveis. Podia-vos contar cada história…
Mas hoje não é por estas paragens que vagueia o meu pensamento.
Hoje dei por mim a olhar para a rua e a ver os carros a passarem e a tentar imaginar os seus possíveis destinos. Tenho de confessar ter saudades dos tempos de faculdade em que dispunha de algumas tardes (ou manhãs) para fazer o que quisesse. Fosse tratar de coisas aqui e ali, fosse simplesmente para passear a pé… fazia quilómetros nesses tempos. Agora já não é bem assim.
Dou por mim a pensar no quanto era bom poder ser completamente fútil: ter o cabelo sempre com ar de quem acabou de sair do cabeleireiro, andar com umas roupinhas larocas e poder ir lanchar com os amigos, aproveitando para apanhar um bocadinho deste ar soalheiro e fresco de Outono. No fundo, ser uma “dondoca” (eu até tenho imenso jeito para falar “à tia”…).
Mas na verdade eu não sou feita para isso. Se fosse “dondoca”, suspiraria por uma vida stressante, típica de quem anda sempre atulhado de trabalho. Não conseguiria viver às custas de alguém e acho que não suportaria sentir-me afastada de possíveis centros de decisão.
Enfim, a eterna dualidade do inconformismo.
Mas hoje, apenas hoje, dava tudo para ter um pedacinho dessa vida fútil que não suportaria viver eternamente…

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

...

Dias difíceis, estes que correm.
Tenho sido uma espectadora atenta do meu quotidiano, numa perspectiva algo estranha de espectadora e personagem principal em simultâneo, se é que isso pode alguma vez ser possível. Muita introspecção e muita análise levam-me a achar que estou no fim de um ciclo muito importante da minha vida, em que nada voltará a ser como dantes.
Acho. Mas sem quaisquer certezas.
Mas há laços que se quebram e eu dou por mim a pensar porque é que os mantenho. Comodismo, talvez. Mas quando até o comodismo incomoda nada mais há a fazer senão deixar tudo para trás das costas.
Eu sou assim. Sofro muito quando sinto que tenho de me libertar de algo que me foi muito precioso, mas que se vai revelando insustentável. Demoro muito a convencer-me, mas quando a verdade se mostra irremediavelmente clara aos meus olhos, mesmo com a mágoa da perda, sigo em frente. E aí sim, sou muito decidida. Seja contra tudo e contra todos, desencanto forças escondidas e assumo-me imbatível, cortando amarras e libertando-me total e definitivamente. Sem qualquer possibilidade de retrocesso…

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Já está

O rascunho da parte 20 do "That Old Devil" já seguiu caminho, ficando sujeito a uma revisão que tenciono fazer lá para o fim de semana com mais tempo disponível.
Como diria a grande motivadora desta aventura, se ficar pronto até aoa Natal, já sabem: livros para todos!...
Agora tenho de me "pisgar" daqui que já estou atrasada. Logo conto-vos mais algumas novidades...

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Despertares

Acordo todos os dias com vontade de não acordar.
Normalmente uma hora antes de tocar o despertador. Penso nisto e naquilo, preparo-me mentalmente para as coisas que sei que tenho de fazer nesse dia e divago sobre a estupidez que é acordar tão cedo, quando a minha consciência me grita fervorosamente que a melhor maneira de ocupar esse tempo é dormindo profundamente.
Não é que não aprecie esse tempinho em que estou na minha maravilhosa, confortável e enorme cama, mas tenho a plena convicção de que é um desperdício.
Assim tem sido o meu despertar nas últimas semanas. Estranho aquilo que me parece uma inadaptação ao horário de Verão, despropositado para quem gosta tanto de dormir. E não, não estou deprimida (sim, que o eterno hábito luso de só pensar em desgraça e de estar em estado eternamente queixoso, não é bem para mim).
Apenas tenho tido um despertar diferente…

Nota

Lembram-se da odisseia “That Old Devil” de que vos falei? A sorte ditou que o próximo capítulo seja da minha responsabilidade. Agora é que vai ser dar largas à imaginação…

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Ainda no Yin e Yang

De engenheira a bloggista, autora e poetisa, vai um mundo inteiro, mas se estou a conseguir arrancar alguns elogios, é porque a coisa até está a correr bem…
Ora, como rapariga tímida que sou (e não venham com essas coisas de que eu não sou nada tímida, que todos nós temos facetas em que a nossa timidez se sobrepõe), fiquei um bocadinho sem saber o que dizer e escrever por estes lados, depois dos comentários elogiosos que arranquei no meu último post. Por isso, se frustar, de alguma forma, expectativas criadas inadvertidamente, paciência…
Na verdade sou (não sei se já terei escrito isto por aqui) engenheira de opção e feitio. Vivo de forma pragmática e tenho o hábito (por vezes irritante) de pensar e actuar de forma matemática. Com análise de opções, variantes e tentando ver um bocadinho mais além (nem sempre consigo), vislumbrando as possíveis consequências.
Mas gosto de sonhar. Vaguear por delírios, devaneios e deixar-me embalar por uma imaginação que por vezes é galopante, pintando aqui e ali, com pinceladas coloridas, a vida e o que me rodeia.
Mais uma vez penso no Yin e no Yang. No preto e no branco. Na matemática e na engenharia face à escrita, à poesia e aos sonhos. Talvez seja só uma fase da minha vida mais filosófica, mas tenho pensado muito nisto. Onde me enquadro, o que faço da minha vida e dos dias que se vão sucedendo de forma alucinante.
Mais uma vez isto não vos deve interessar nada.
Mas se virem mais acima, confirmarão que isto não passa de um blog de devaneios…

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Onde a terra acaba e o mar começa

Fui invadida por uma vaga de saudades, de um espaço físico e temporal que julgo já não existir, mas que me fez sonhar com outras paragens. A culpa é de um novo visitante do Manecas, SalsolaKali, cujo blog aproveito para divulgar.
Ao ler o post mais recente, escrevi um comentário de um só fôlego, que (espero não estar a ser muito indiscreta) vou publicar por aqui também. Porquê? Porque fiquei a pensar nele. E nos locais que invoquei. E na leveza que tais recordações me fizeram sentir...

"Vagueei pela praia, senti as ondas e revi o paredão que suporta a Casa-Museu Afonso Lopes Viera. Senti-me a passear pelo pátio, a visitar a capela e a rever as camaratas onde passei tantos verões (uns enquanto criança, outros como monitora da colónia de férias). Recordei com saudade o fascínio pela coleção de livros e búzios que o poeta acumulou.
Tudo isto num flash momentâneo mas que me aqueceu a alma e reconfortou como só as boas recordações o fazem.
Sou filha das terras do verde pino e não me liberto do fascínio que todos os frutos dessas terras causa em mim.
Seja o tojo, os caminhos perdidos, os pinheiros bravos ou mansos a terminarem em praias de encantar.
...ou talvez seja só a minha alma poética a falar mais alto."

terça-feira, 9 de novembro de 2004

...

"A ciência explica o mundo através da razão, a poesia através do coração"

Serão estes o Yin e o Yang que pautam a minha vida?

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Postas à desgarrada

E porque me apetece. Ao género post-it (logo blog). Pensamentos ao acaso.

*Já vos falei no "Old Devil"? Espreitem. E tentem compreender o meu stress ao pensar que 50% dos inscritos já se safaram e a história está cada vez mais embrulhada (e coitadinhos dos que, tal como eu, aguardam que a sorte dite a sua vez).

*Hoje a Clara é submetida a uma cirurgia. Ou serão duas? Bem, apesar de saber que não é nada de especialmente delicado, todas as cirurgias são uma aventura. Estou farta de pensar em ti, querida Clara, e ansiosamente a aguardar notícias...

*Num destes dias fiz uma figurinha do mais triste que há. Estava num semáforo, quando a condutora do carro à minha frente começa a acenar ferverosamente. Achei estranho e ignorei. Ela insistiu. Eu olhei melhor. Ela esbracejava. Eu achei que talvez fosse alguém conhecido. Ela continuou a acenar. Eu comecei a dizer adeus (apesar de não conseguir reconhecer... mas...). O semáforo ficou verde e eu ainda disse adeus quando a ultrapassei.
Percebi um km depois quando parei no semáforo seguinte. Um rapazinho da passadeira gritou "Olhe que tem de ligar as luzes"...
Obrigada, ilustre desconhecida, que tão simpática foste para mim, apesar de eu ter sido tããão escandalosamente burra.

A idade é um posto

...e quem for mais novo que se lixe.

(Adoro isto!)

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Hoje é dia de festa

Hoje há uma estrelinha no céu que brilha mais intensamente, velando por uma das pessoas de quem mais gosto no mundo inteiro.
Não, não estou a falar do Figo… (hehehe…)
Hoje é o dia do aniversário da minha querida irmã. A pérola da família, preciosa e rara, que se destaca por tudo e por nada e a quem é difícil ser-se indiferente.
A “loura mais preta” da história da humanidade, que brincava com macaquinhos e se destacava pela brancura da pele e dos cabelos, entre os miúdos com pele e sorrisos da cor do chocolate, a quem a minha mãe ensinava a ler e a escrever nas terras quentes e húmidas de Cabinda.
Se me brindares com uma visita a este canto virtual, onde tantas vezes me refugio, ficarás a saber o quanto eu te adoro e que neste momento me debato furiosamente comigo mesma para não escrever tantas e tantas lamechices que me vão passando pela cabeça. Aquelas que não se dizem por vergonha…
Que o futuro te reserve tudo aquilo que acredito mereceres e que a sorte te apareça da forma mais sorridente possível. Ah… e já agora que não demore muito…


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Provocation update
Querida irmãzinha:
Tenho de ter presente no meu espírito que tu tens algumas limitações... enfim, que és loura e das verdadeiras (que esta moda dos cabelos pintados e das madeixas confunde um bocado e não é fácil distinguir umas das outras...).
Como me esqueci disso, aqui vai um guia passo-a-passo de como podes chegar até este blog para poderes ler este post:
1) procuras o botão "on" nessa caixa misteriosa que alguém, apelidou de computador.
2) quando o encontrares carregas nele uma vez. Nota bem: uma só vez. Se o fizeres mais do que uma vez, tens de o fazer em número ímpar. Como? Não sabes o que é impar? Bom... se isso acontecer, ligas-me e eu explico-te em directo.
3) deixas o computador pensar (hã??? também não sabes o que é pensar?... bolas que isto não vai ser fácil...) e esperas até que ele fique quietinho durante uns minutos.
4) ok... chegaste até aqui? Bom, já estás muito bem. Afinal poderás não ser uma loura assim tão genuína... Boa, para ti!
5) procura um bonequinho azul que parece um "e" arredondado. Encontraste?
6) clica nele e espera que te apareça um rectângulo no monitor. Apareceu?...
7) ena, ena. Menina espertinha. Olha que quem chega aqui está habilitado a se tornar um colaborador do Bill Gates. Quem é esse? É um dos homens mais ricos do mundo... e giro. Muuuuuito giro...
8) no topo de rectângulo há um outro rectângulo estreito mas comprido, branco, onde diz "Endereço". Nesse rectângulo escreve: www.manecas.blogspot.com
10) depois de escreveres isso carregas na tecla enter.
11) tecla enter
12) siiiim... na tecla enter. Enter. E-N-T-E-R.
13) nãããoooo... aí desligaaaaaaaaaaas.
14) olha, esquece. eu imprimo isto e depois tu vês. ok?
15) como??? Que história é essa de que eu já podia ter feito isso há mais tempo????
16) hããããã? Mas eu só te queria ajudar...
17) ...enfim. Pronto. Tudo bem. Tens razão...
18) ...claro... ...claro...
...


(Nota: eu sei que vou sofrer retaliações, mas não resisti!... Beijocas, Mana querida. Espero que depois desta continues a gostar de mim...)

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Como é possível?

Esta noite tive insónias. Rodei para um lado, rolei para o outro, ajustei almofadas e por fim resignei-me ao facto de que estava irremediavelmente acordada.
Foi por isso que acabei por acompanhar em directo as eleições norte-americanas com a contagem dos votos e o evoluir das notícias, à medida que cada estado ía noticiando os seus respectivos resultados. Também foi assim que percebi (finalmente) como funciona o sistema eleitoral norte-americano.
E também foi assim que eu acabei por ver confirmada uma certeza e convicção pessoal de que os norte-americanos são burros (e perdoem-me todos os que são excepção a esta regra, mas com este tipo de demonstrações mais nenhuma conclusão me resta...).
Um amigo meu classificou as facções políticas norte-americanas como democratas, republicanos e palhaços. Ele (simpatizante dos republicanos de forma assumida) caracterizou o actual e futuro presidente, assim como os seus seguidores, desta forma tão simples e tão realista, que - principalmente sendo simpatizante dos republicanos - fiquei com dificuldades em procurar outros adjectivos.
Resta-me a consolação de saber que na Pensilvânia (onde está o meu amigo Carlos, em quem pensei muito quando foi anunciado este resultado) Kerry ganhou, tendo sido um dos poucos momentos de satisfação que vivi durante a minha insónia.
Entretanto dei por mim a comparar os Estados Unidos com a velha Europa. Por cá aceita-se um presidente francês com a sua eterna amante e não se toleram comissários extra-conservadores.
Será que por cá se admitiria um protagonista que nos expusesse ao ridiculo como tantas vezes o Sr. Bush Jr. o fez?
Será que se admitiria um protagonista que tomasse decisões como entrar em guerra com o Iraque de forma tão unilateral e tão contrária aos pareceres e posições da ONU?
Será que se admitiria um protagonista que desprezasse tão escandalosamente o protocolo de Quioto, como o Sr. Bush Jr. o fez? Principalmente quando falamos da região do globo que mais prejudica e contribui para o aumento do buraco do ozono...
...eu cá gosto de pensar que não. Mas também não posso esquecer que o maior alucinado da História era europeu...

terça-feira, 2 de novembro de 2004

Tachos, tachos e mais tachos. Socoooooorro!...

Acho que estou a desenvolver uma “quase-fobia” a cozinhar. Juro.
Sabem aquelas pessoas – verdadeiras fadas do lar – que se fartam de limpar, cozinhar e passar a ferro, com um sorriso constante nos lábios? Eu cá não sou dessas.
Mas tenho de confessar que até tenho algum jeitinho para a coisa.
Não invento pratos magníficos a partir das sobras da véspera, mas faço alguns petiscos bem deliciosos. Isto para não falar na longa lista de doces que me saem muuuito bem e que são muitas vezes solicitados. Ainda por cima gosto de receber, o que só ajuda e dá a sensação de que se trata de uma combinação perfeita: saber cozinhar e gostar de receber… certo?
Pois, mas na verdade não me parece tão certo assim. Neste momento estou a desenvolver uma genuína má-vontade com os tachos e sinto que estou farta deles. E o que me chateia mais é que não me apetece cozinhar para mim, nem me apetece ter de pensar no que vou comer todos os dias, duas vezes ao dia.
Dizem que a rotina mata a genialidade e que quem cozinha ocasionalmente é capaz de fazer os melhores petiscos. Eu se calhar sou uma dessas pessoas.
…e essa coisa da fada do lar, definitivamente não é para mim. Apesar das aparências…
Ouviram???...