sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

2006

Mais um ano que chega perto do fim e vai uma série de aventuras a juntar às muitas que já vivi.
Tal como acontece por esta altura na comunicação social, também eu resolvi parar para pensar um bocadinho sobre o que 2006 me ofereceu…
…profissionalmente começou com um momento bom e um mau: tive a minha primeira reunião mais à séria com a direcção da empresa (vulgarmente conhecido como o “castigo”) e correu-me bem, mas depois fui brindada com a reunião sobre os aumentos e foi um verdadeiro balde de água fria. Tal como em 90% das empresas, a expectativa criada na altura da contratação sobre este aspecto foi defraudada e eu não digeri a coisa nada bem… mesmo tendo ouvido palavras elogiosas. Enfim… dou por mim a pensar porque é que dei tanto de mim (e me prejudiquei tanto e em tantas coisas) em nome do trabalho, para depois ter um retorno tão pobre. Bom, mudou a postura e ficou a lição: enquanto isto for desafiante e o “ganhar dinheiro” não se tornar prioridade, por cá permanecerei, mas…
…Técnico Responsável. Enfim… a gota de água. Não queria, mas teve de ser, fui obrigada a trabalhar para isso e ganhei uma responsabilidade acrescida sem qualquer tipo de retorno (e não estou a falar de dinheiro…). Neste momento sou e detesto a ideia de o ser, a forma como me fizeram ser e o que vou ter de passar se algum dia tiver azar… Seguramente o pior do ano…
…Costa Rica. 2006 foi o ano da Costa Rica… 14 horas de viagem, um vulcão activo observado de um paraíso tropical, actividades um bocadinho mais radicais e a primeira vez que vi e mergulhei no Pacífico. Orquídeas a rodos e bichos de todos os tamanhos, géneros e cores. Estradas pavorosas e pessoas de uma simpatia a toda a prova que nos faz gostar ainda mais desse cantinho do mundo e me deixaram com vontade de lá voltar. Adorei, adorei, adoreeeeeiiiiii…
…Clara. Agosto em cheio e suficiente para uma vida inteira. Ouviste???...
…foram 60 velas que a minha querida Mimi teve de soprar este ano… Dificilmente esquecerei a grande festa-surpresa (e o olhar de espanto e emoção com que foi surpreendida por todos aqueles que aderiram sem hesitações à conspiração) e o quanto foi divertido organizar tudo em segredo, recorrendo a pequenos subterfúgios e a alguma malandrice… querida mãezinha, foi a melhor prenda que recebeste e a que mais gostei de te dar.
…poesia. Em 2006 descobri uma poesia que não procurava nem julgava encontrar. Poesia que me transmite paz, alimenta a alma e ofusca os espinhos que a vida vai teimando em mostrar. Como uma espécie de refúgio onde me sinto bem e onde o resto do mundo não entra, nem existe sequer.

Sinto que 2007 vai ser um ano muito importante para mim. Não sei exactamente o que me reserva, mas acho que o caminho que tenho percorrido me vai levar obrigatoriamente a algumas encruzilhadas. E sinto que estou preparada para as enfrentar.

Bom 2007 para todos!...

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Ufa, Já está!...

Mais um ano que passa e mais uma vez encarei com um sorriso nos lábios a tarefa gigantesca que é montar a minha árvore de Natal lá em casa…
Para quem não sabe, eu tenho uma casa pequenina, mas cheia de personalidade e com a mania das grandezas: tem de caber lá o sofá enorme, a cama grande e a árvore de natal gigantesca, que todos os anos insiste em se fazer notar!...
Juro que nesta altura do ano penso que a casa parece elástica… estica de um lado, encolhe do outro, troca-se isto daqui para ali e lá se consegue encaixar tudo. Pois… huum… verdade: não se consegue tirar grande proveito da mesa de jantar, mas… que se lixe!...
Por estes dias passou mais um aniversário da minha casa. Já lá vão 4 anos na "casa-mais-linda-do-mundo" -  minha, toda minha (e grande parte do banco) e cheia de coisas que gosto e que são a minha cara. Sim, mesmo o candeeiro de Aladino que ninguém gosta (ok, Clara?!). A "melhor-esplanada-da-cidade-do-Porto" que tanto gosto me deu conquistar e onde me sinto no meu elemento, deixando o resto do mundo fechado lá fora.
Dei por mim a pensar nisso e no quanto a minha casa significa para mim. A recordar as casas onde vivi desde que me mudei para o Porto e a aventura que foi decidir-me de vez pelo meu cantinho (foi a 1ª que vi e só depois de umas tantas e quase um ano é que cheguei mesmo à conclusão que não valia a pena pensar mais no assunto…).
Recordei a surpresa que a minha mãe e a minha irmã me fizeram quando fui operada e as "engenhoquices" que insisti em fazer eu mesma: desde instalar o fogão e o forno (all by myself!) ao sensor remoto da caldeira, passando pela conversão em estantes de parte do armário da entrada. As cortinas tipo venezianas que fiz e instalei na cozinha, a própria cozinha que já alguns vizinhos vieram admirar e copiar e a estante (a GRANDE) estante da sala, mandada fazer por medida e que faz lembrar uma biblioteca do fim do século XIX…
…Quando regressei ao Porto, depois da minha aventura em Coimbra, andei durante uns tempos obcecada com estar em casa: estava tão farta, mas tão farta de ficar no hotel (e tinha sorte, que era um hotel bom e onde era muito bem tratada: todos me conheciam e já sabiam o que queria e do que gostava… mas era um hotel) que durante uns bons meses me recusei a sair de casa: não jantava fora, não saía, não queria sair nem fazer nada: apenas ficar em casa e suspirar pelo quando era bom lá estar. Parece estranho, mas parecia que estava a tentar compensar o tempo perdido…
Mais um ano que passou e mais um ano que consegui encaixar a minha grande (e linda)
árvore de natal. Já lá vão 4 anos desde o dia em que a casa passou a ser minha e que, sem mais nada sem ser umas almofadas emprestadas e uma piza, 4 jovens inconscientes resolveram montar pela primeira vez a árvore gigantesca na casa vazia…
…estranho, nessa altura não parecia tão grande…