quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Essa coisa a que chamam dias dificeis

Sempre associado às mulheres: os famosos dias difíceis de que eles falam tantas vezes, numa tentativa desesperada de encontrar uma razão que justifique algum acesso de mau feitio que lhes pareça injusto... sim porque o instinto diz-lhes que elas nunca têm razão e só mesmo as hormonas (essa coisa misteriosa que os baralha e intimida) é que podem provocar reacções assim.
Pois. Não sei.
Não sei se há de facto questões biológicas que toldem o humor de uma mulher e sinceramente também não me apetece saber.
O que sei é que existe um instinto primário no ser humano masculino (e já agora machista qb) que tem este discurso na ponta da língua e que (pior, muito pior) tende a acreditar nesta teoria ao ponto de não dar relevância ao que quer que seja a real origem de alguma manifestação de desagrado ("são gajas e pronto!...")
Isto irrita-me um bocadinho. Além de machista é paternalista e, a meu ver, um sinal de falta de inteligência e de capacidade de percepção e leitura das pessoas que os rodeiam.
Sim... leram bem. Eu escrevi "um bocadinho". Apenas um bocadinho...
É que tenho de ser justa e reconhecer que ultimamente tenho dado por mim com um instinto semelhante, mas ao contrário.
Dou por mim a pensar que eles também têm dias difíceis . Sem a desculpa biológica, claro está... mas deve haver qualquer outra coisa, porque quando eles têm dias difíceis , a coisa é mesmo à séria e de forma violenta... e dura muito, mas muito tempo a passar.
Ficam irascíveis, com mau humor, disparam para todo o lado e perdem qualquer sentido de razoabilidade. E parece-me que não se esforçam por perceber o quanto estão descompensados porque não fazem qualquer esforço por disfarçar ou para melhorar o humor.
Curiosamente também acho que este fenómeno só se manifesta em ambiente de trabalho. Não sei se é por uma questão de guerrilha de masculinidade, se é por se acharem mais importantes ou se é só para descarregar eventuais frustrações pessoais de vidas familiares menos felizes ou mais submissas ao sexo feminino... E para quem trabalha numa estrutura tão maioritariamente masculina como a minha, estas manifestações parecem ser ainda mais marcantes e mais suportadas na teoria da guerrilha masculina.
Por isso ultimamente dou por mim, com o mesmo tom de desprezo e desconsideração, a pensar muitas vezes (às vezes até verbalizo) que os homens também têm dias difíceis . E que os dias difíceis deles são muito piores que os nossos...
...haja paciência!
 
(pequeno update sobre o último post: o DRH reconsiderou e assumiu a atitude mais razoável. Ainda há esperança, afinal...)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tá tudo doido

E a ver se me deixam doida a mim também.
Imaginem o Dilbert a pedir para ser recebido pelo DRH. E o DRH a responder "eu não o recebo".
 
o.O?!?!...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Amigos anónimos

De vez em quando acontece: descubro que este cantinho é conhecido de mais alguém que me conhece e que me vai seguindo sem que eu o imagine.
E invariavelmente descubro estas coisas em momentos menos bons, através de manifestações de amizade inesperadas de quem resolve mostrar (e talvez relembrar) que os amigos estão por aí para ajudar sempre que preciso.
A todos esses amigos (e ao A. em especial) aqui fica o meu obrigado pelas atitudes carinhosas de quem só me deseja coisas boas.
E já agora, vão-se manifestando (por aqui ou por mail), que a vossa presença é reconfortante...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sempre em crescendo

A falta de energia, o desinteresse, a desmotivação e o mau-feitio.
Acho que estou em plena crise existêncial e sinto-me completamente fora do meu elemento, sem a boa disposição, sem a energia contagiante, sem a força motivadora e a habitual capacidade de reacção... e começo a achar isto normal. Que faz parte. Que a vida é mesmo assim: recheada de fases melhores e de fases piores e que esta é uma fase má. (e que vai passar, já agora...)
Mas este é um momento dificil, em que sinto que tenho de ser muito egoísta e concentrar a minha energia em sarar feridas e em inventar a tal capacidade de "dar a volta por cima" que me faz falta. E por isso mesmo não estou a reagir bem quando sou confrontada com pequenos sos enviados pelos que me rodeiam: se eu não tenho energia para mim, como esperam que consiga ter energia para o resto?...
(...)
Sinto-me à deriva. Não perdi ainda a orientação, mas tenho momentos em que julgo que o norte fica para sul. Sinto-me penalizada por não conseguir estar lá para quem precisa de mim, mas sinto que isso está para além das minhas forças... sorry.
...eu não sou assim... não sou isto... mas é assim que me sinto agora...
Oh well... melhores dias virão...