São 18h e amanhã é feriado

E eu dou por mim com síndroma de funcionária pública, toda contente por ter terminado o meu horário de trabalho oficial e por amanhã não ter de trabalhar.

Quem sou eu e o que fiz à Mané?!?...

O meu gadget de eleição...

...baralhou-se de tal forma que a única solução é fazer um restauro do software e mandar tudo "às couves".

Agora é torcer os dedinhos para que o restauro das músicas, podcasts e apps seja feito sem stresses adicionais.

...que a malta já não sabe viver sem Ipod...

Pi, aos -3 meses...

...a sacar peões e a dar palminhas de satisfação!

(ainda vou ser acusada de mãe negligente, mas isso agora não interessa nada!)

Há coisas que não é preciso. Mesmo!

Anda aqui uma rapariga a ter de lidar com o facto de se sentir um pequeno elefantezinho, sem energia para grande coisa e definitivamente sem graciosidade nenhuma e ainda vêm pessoas falar comigo, com um ar naif de quem é muito atento à minha pessoa, registar sem dó nem piedade que "estás a ficar com manchas na cara" ou "hiiiiiiii, estás cada vez maior!!!" ou então "já viste bem o tamanho do teu peito?!"...

Amigos: a mamã-to-be anda a lutar consigo mesma para não se concentrar que está grande e desajeitada. Está a esforçar-se para não se achar feioza, trapalhona e trenga de todo (que o parvo do neurónio também se lembrou de engravidar e nem sempre colabora). Por isso é favor não fazer questão em me esfregar estas verdades todas na cara, que isso não é lá grande sinal de amizade, ok?!?

...oh-faxa-vôr!...

Com a mudança de horário

Veio a mudança de ritmo.

O sol põe-se mais cedo e a minha energia esgota-se mais rapidamente.

Não é por nada, mas acho que vou começar a ser uma fiel cumpridora do horário de saída. Até porque quando o cérebro entra em shut-down, não vale mesmo a pena continuar no escritório a trabalhar sem ser efectivamente produtiva...

...ah, isto tudo deve ter alguma coisa a ver com o facto do Pedro (o bebé) estar a crescer a olhos vistos e a minha barriga se estar a transformar numa espécie de bola de pilates. 

...este inverno promete, oh, se promete...

cqd

Aprendi, algures nas aulas de matemática isto: cqd. Acho que traduzindo queria dizer "como queria demonstrar", ou qualquer coisa muito parecida.

Hoje lembrei-me outra vez disto...

...porque alguém que tem falta de vontade de fazer um trabalho, demonstrou isso mesmo ao respectivo chefe.

...porque esse alguém já me tinha demonstrado essa falta de vontade de cumprir ordens e quando o reportei, acharam que eu estava a exagerar.

...porque essa atitude desse alguém já causou algum prejuízo.

...porque hoje esse chefe me disse "...quanto a X... bom, não se preocupe, que eu vou dizer-lhe que este trabalho é prioritário e para ser feito já!", sem que eu sequer abordasse esse assunto. 

Ah, coisa bela, essa dos pesos na consciência.

Já dizia a minha avó: "A verdade vem sempre, mas sempre ao de cima. Pode tardar, mas vem sempre, sempre..."

A incompetência da competência

Parece contraditório, mas não é. 

Vejamos o meu caso: um gestor é tão bom quanto a sua capacidade de resolver problemas e optimizar os processos, visando a produtividade dos elementos da sua equipa e promovendo as sinergias que potenciem o atingir dos objectivos traçados (sejam eles quantitativos ou qualitativos).

Esta pode não ser a definição escrita nos livros das grandes mentes da Gestão, mas é minha leitura da função que desempenho e acho mesmo que é a correcta. Aliás, não só acho que é a correcta, como ainda acho que sou razoavelmente boa no que faço (presunção qb, hmpf...) ;)

Uma das minhas convicções é que faz parte das minhas responsabilidades resolver os problemas que vão aparecendo na medida do meu alcance, sem que para isso tenha de estar sempre a socorrer-me dos meus chefes. Afinal é para isso que me pagam. Acho.

Em que é que isto - que eu associo a competência - pode passar a ser um sinal de incompetência? Eu explico...

Como eu procuro só reportar os problemas que efectivamente não consigo resolver (que são alguns, mas, por comparação, aparentemente poucos) a ideia que passa é que na minha unidade de negócio as coisas são... fáceis!!!

As noites em branco, os momentos de pânico, as dores de cabeça e os dias em que só me apeteceu sair porta fora para não mais voltar, aparentemente não transparecem e como tal são vistos como inexistentes. Assim como os problemas que eu assumo como meus e acabo por resolver. Inexistentes.

Eu sei que podia ver isto como um elogio, mas a verdade é que me deixa frustrada por achar que não passa de falta de reconhecimento pelo trabalho e esforço desenvolvidos. Pelo amor à camisola que não sinto em muitos dos meus pares.

A única conclusão a que chego é que afinal sou incompetente. Por tentar fazer o meu trabalho o melhor que posso e sei, sem procurar vender a imagem do esforço despendido.

E lá volto eu à questão da imagem... mas porque é que neste país a imagem vale mais que resultados??!?

(resta-me a consciência tranquila. e um dia alguém vai perceber o valor destas coisas. um dia. até porque a verdade vem sempre, mas sempre, à tona. é só ter paciência, Mané, paciência...)