Esta noite tive insónias. Rodei para um lado, rolei para o outro, ajustei almofadas e por fim resignei-me ao facto de que estava irremediavelmente acordada.
Foi por isso que acabei por acompanhar em directo as eleições norte-americanas com a contagem dos votos e o evoluir das notícias, à medida que cada estado ía noticiando os seus respectivos resultados. Também foi assim que percebi (finalmente) como funciona o sistema eleitoral norte-americano.
E também foi assim que eu acabei por ver confirmada uma certeza e convicção pessoal de que os norte-americanos são burros (e perdoem-me todos os que são excepção a esta regra, mas com este tipo de demonstrações mais nenhuma conclusão me resta...).
Um amigo meu classificou as facções políticas norte-americanas como democratas, republicanos e palhaços. Ele (simpatizante dos republicanos de forma assumida) caracterizou o actual e futuro presidente, assim como os seus seguidores, desta forma tão simples e tão realista, que - principalmente sendo simpatizante dos republicanos - fiquei com dificuldades em procurar outros adjectivos.
Resta-me a consolação de saber que na Pensilvânia (onde está o meu amigo Carlos, em quem pensei muito quando foi anunciado este resultado) Kerry ganhou, tendo sido um dos poucos momentos de satisfação que vivi durante a minha insónia.
Entretanto dei por mim a comparar os Estados Unidos com a velha Europa. Por cá aceita-se um presidente francês com a sua eterna amante e não se toleram comissários extra-conservadores.
Será que por cá se admitiria um protagonista que nos expusesse ao ridiculo como tantas vezes o Sr. Bush Jr. o fez?
Será que se admitiria um protagonista que tomasse decisões como entrar em guerra com o Iraque de forma tão unilateral e tão contrária aos pareceres e posições da ONU?
Será que se admitiria um protagonista que desprezasse tão escandalosamente o protocolo de Quioto, como o Sr. Bush Jr. o fez? Principalmente quando falamos da região do globo que mais prejudica e contribui para o aumento do buraco do ozono...
...eu cá gosto de pensar que não. Mas também não posso esquecer que o maior alucinado da História era europeu...
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