…faz hoje um ano que fui operada.
Impressionantemente lembro-me de pormenores curiosos: a espera longa, o telefonema inconveniente de um cliente da empresa (que teve a lata de começar a conversa a perguntar se eu já estava no hospital e terminou a quase-exigir que eu lhe resolvesse um problema – esta, meu querido, acho que nunca lhe vou perdoar), o vestir a bata e subir para a maca, as conversas à entrada da sala de operações, a marcação dos pontos de incisão (comigo acordadíssima e a dar palpites – coitada, as figurinhas tristes que uma pessoa faz…) e o recobro ainda na sala de operações.
E do efeito da anestesia. Ai o efeito da anestesia, que tanto deu (e ainda dá) que falar.
Contaram-me posteriormente que por vezes a anestesia provoca reacções de “desinibição” (tão querido, o meu médico, ao falar nestes termos…). Em mim causou uma mistura de histerismo com parvoíce associado a uma vontade explosiva de falar pelos cotovelos. A minha mãe conta que ela e a minha irmã estavam calmamente à espera no quarto quando ouviram gargalhadas ao fundo do corredor. Era eu a fazer figuras tristes e os enfermeiros a rirem delas… A Clara ainda perguntou se eles me tinham anestesiado ou dado vinho… Bom, doce inconsciência, como não me lembro bem das parvoíces que disse, não fico particularmente embaraçada com o assunto, mas para o meu médico ter feito o tal comentário do efeito “desinibidor”, a coisa deve ter sido marcante.
Amanhã o meu pai faz anos. Ou seja, começa oficialmente a época das festas. Daqui em diante vai ser uma correria de comemorações, prendas e homenagens a uma série de pessoas de quem gosto muito, que só vai acabar em cima do Natal (ena, ena, que bom: vai ser a apoteose do stress de comprar a prenda certa para cada um).
Porque estou a pensar tanto no assunto? [pânico] Porque ainda nem comprei nem sei que comprar ao meu pai. Sugestões aceitam-se…
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