Como quem revive um bocadinho do movimento feminista do século passado...
Não há qualquer dúvida que muito mudou na mentalidade da nossa sociedade desde o tempo das nossas avós. Mas julgo que também ninguém tem ilusões sobre a igualdade de direitos, benefícios e afins entre homens e mulheres na nossa sociedade: eles estão em maioria na população activa, detêm uma percentagem largamente superior em posições de poder e junto dos centros de decisão e ainda se sente, em muitos aspectos e situações do nosso dia-a-dia, um machismo latente e camuflado que deixa qualquer mulher mais ambiciosa em desvantagem comparativa.
Não tenho grandes pretensões nem ilusões. Nem sequer me considero feminista. Concentro-me mais em ir cumprindo com a minha cota-parte, procurando ser competente, sem teorias de afirmação sexual nem manias da perseguição. Mesmo sentindo e tendo consciência desse machismo que ninguém admite mas todos sabem que existe.
Tudo isto porque me tenho andado a aperceber de um fenómeno curioso que acontece num concurso de televisão que dá todos os dias ao início da noite na RTP. Nesse concurso joga-se com conhecimento e bluff e de cada vez que um concorrente é eliminado passa por uma pequena entrevista onde aposta sobre quem será o concorrente com a pontuação mais elevada.
Naturalmente que há dias em que o concorrente que tem maior pontuação é do sexo masculino e nos outros é do sexo feminino. Sobre as capacidades e conhecimentos de cada género nem me atrevo a opinar (não quero ganhar nenhum prémio de gerar controvérsias na blogoesfera), mas sobre as apostas a história é outra…
Não há qualquer dúvida que muito mudou na mentalidade da nossa sociedade desde o tempo das nossas avós. Mas julgo que também ninguém tem ilusões sobre a igualdade de direitos, benefícios e afins entre homens e mulheres na nossa sociedade: eles estão em maioria na população activa, detêm uma percentagem largamente superior em posições de poder e junto dos centros de decisão e ainda se sente, em muitos aspectos e situações do nosso dia-a-dia, um machismo latente e camuflado que deixa qualquer mulher mais ambiciosa em desvantagem comparativa.
Não tenho grandes pretensões nem ilusões. Nem sequer me considero feminista. Concentro-me mais em ir cumprindo com a minha cota-parte, procurando ser competente, sem teorias de afirmação sexual nem manias da perseguição. Mesmo sentindo e tendo consciência desse machismo que ninguém admite mas todos sabem que existe.
Tudo isto porque me tenho andado a aperceber de um fenómeno curioso que acontece num concurso de televisão que dá todos os dias ao início da noite na RTP. Nesse concurso joga-se com conhecimento e bluff e de cada vez que um concorrente é eliminado passa por uma pequena entrevista onde aposta sobre quem será o concorrente com a pontuação mais elevada.
Naturalmente que há dias em que o concorrente que tem maior pontuação é do sexo masculino e nos outros é do sexo feminino. Sobre as capacidades e conhecimentos de cada género nem me atrevo a opinar (não quero ganhar nenhum prémio de gerar controvérsias na blogoesfera), mas sobre as apostas a história é outra…
…invariavelmente (nos dias em que o zapping pára neste concurso lá em casa) as apostas recaem sempre sobre… homens. Juro. Seja essa aposta feita por homem ou mulher: instintivamente o grau de confiança sobre onde está o conhecimento recai sempre sobre homens.
Não sei se é coincidência minha (e tenho o azar de só apanhar situações destas) ou é realmente um facto.
Isto revela algumas coisas. Que socialmente aceitamos como legítimo que os homens oferecem mais confiança sobre as suas capacidades e sapiência. Que os aceitamos como estando acima de nós, mesmo quando se verifica o contrário. Mesmo quando, apesar de até sabermos mais do que eles, desistimos por achar que eles sabem mais ou conhecem mais.
Mais uma vez, não sou feminista. Sou inclusive contra a existência de cotas. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer até que estejamos todos efectivamente no mesmo patamar (e passemos a ser distinguidos apenas pelas nossas capacidades individuais).
…eu avisei, algures por aí, que este era um blog de devaneios, não avisei?...
Não sei se é coincidência minha (e tenho o azar de só apanhar situações destas) ou é realmente um facto.
Isto revela algumas coisas. Que socialmente aceitamos como legítimo que os homens oferecem mais confiança sobre as suas capacidades e sapiência. Que os aceitamos como estando acima de nós, mesmo quando se verifica o contrário. Mesmo quando, apesar de até sabermos mais do que eles, desistimos por achar que eles sabem mais ou conhecem mais.
Mais uma vez, não sou feminista. Sou inclusive contra a existência de cotas. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer até que estejamos todos efectivamente no mesmo patamar (e passemos a ser distinguidos apenas pelas nossas capacidades individuais).
…eu avisei, algures por aí, que este era um blog de devaneios, não avisei?...
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