Todos vivemos intensamente os preparativos para o Euro.
Todos sentimos a emoção e a expectativa crescente nas horas que antecederam o jogo de abertura.
Todos estremecemos com o 1º golo da Grécia, mas mantivemos o espírito e torcemos pela reviravolta do resultado.
Todos deixámos de acreditar por altura do 2º golo da Grécia.
Todos vibrámos com o nosso golo (com festa como se tivéssemos passado a ganhar o jogo, num passe de mágica).
Todos sentimos a decepção depois do apito final e todos ficámos com a sensação de termos sido traídos.
Traídos por termos andado 2 anos a ouvir falar em salários congelados e em esforços suplementares para acelerar a retoma da nossa economia, enquanto se gastavam balurdios em estádios novos e em novas acessibilidades para os mesmos. Traídos por termos vivido tempos de perfeito caos urbanístico em algumas da nossas maiores cidades, criando inúmeras dificuldades no nosso dia-a-dia, ao mesmo tempo que se generalizou uma política empresarial de "caça às bruxas" em que muitos de nós tememos pelos nossos postos de trabalho... ao mesmo tempo que o nosso dinheiro público era estoirado em pagamentos de horas extraordinárias dos trabalhos que foram realizados à última hora, por deficiente planeamento atempado das mesmas (em Leiria, por exenplo, ontem de manhã ainda estavam trabalhadores a ultimar a ponte de acesso ao estádio, que foi criada por imposição da UEFA).
E depois, ficamos todos dependentes do desempenho de 22 priveligiados, que têm todo o direito de errar (é humano...), mas que ao errarem nos deixam com a sensação de que isso não é concebível. Não é admissível. Não é...
Ao se elevar tanto a fasquia que cada um de nós teve de pagar em troca da realização do Euro em terras lusas, cada um de nós acabou por se achar no direito de exigir tanto (ou mais ainda) por parte da nossa selecção.
E agora?...
Faltam 2 jogos, muitas contas e uma boa dose de sorte.
"Como uma força... como uma força... como uma força, que ninguém pode parar..."
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