segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

2011, ano louco no paraíso

Sim, estou fora de tempo. Estou fora de contexto, com o timming errado, que esta coisa de fazer balanços é para se feita nos últimos dias de Dezembro ou, na melhor das hipóteses, nos primeiros dias de Janeiro.
Mas só agora encontro tempo e vontade de escrever um bocadinho sobre o ano de todos os trambolhões e reviravoltas, de mil e uma novidades e de mudança de vida.
Sim, isso tudo.
Começou por ser o ano em que fui mãe.
Em que conheci o Pedro e descobri toda essa imensidão de emoções que é ter um filho e adorar todos os segundinhos da sua curta vida. Em que consegui a proeza de fazer de um belo, mas pequeno T1, um lar para uma família de 3, nuns meses de espaço reduzido, mas confortável e quase à medida de um bebé curioso.
Aliás, esses primeiros meses foram inesquecíveis. Havia quem me dizia que estava a viver uma fase de que ía ter saudades e acertaram em cheio. É verdade que o sono me baralhou por completo, que as noites mal dormidas me deixaram com menos neurónios a funcionar, que as cólicas me deixaram muitas vezes à beira de um ataque de nervos, mas também é verdade que até fui lidando com tudo com alguma paz e sem grandes sobressaltos.
E descobri que afinal ficar em casa tanto tempo, sem trabalhar e dedicada quase em exclusivo a um filho é bom.
É muito bom.
Tenho plena consciência que todo este encantamento sobre a maternidade é um bocadinho influenciado pela sorte. na muita sorte que tive. Sorte na gravidez, que foi muito mais tranquila do que alguma vez imaginei. Sorte no parto, onde tudo correu bem, comigo a saber tudo o que me estava a acontecer. Sorte com o Pedro, que se esquecermos as cólicas, não teve problemas de saúde, nem complicações esquisitas, nem se revelou um bebé difícil ou caprichoso. E sorte com o papá, que revelou o que já se previa: um super-papá, muito presente e capaz de fazer tudo e sem depender de mim para nada.
2011 é sem dúvida o ano do Pedro.
Mas também foi o ano de muitas outras coisas.
Foi o ano em que, no trabalho e a meio da minha licença de maternidade, me mudaram as funções. E isso fez com que o meu regresso ao trabalho se tornasse muito mais difícil e complicado, com a agravante de que o factor motivacional caiu a pique... pudera: tiraram-me de um trabalho que adorava, para outro menos apelativo, ao mesmo tempo em que só me apetece correr para casa para os bracitos do meu bebé...
Por isso sim, 2011 foi o ano em que a minha relação com o trabalho mudou radicalmente. Agora é muito mais "trabalho" e muito menos "a minha vida". É muito mais a minha fonte de rendimentos e muito menos uma paixão.
Mas não só.
2011 foi o ano em que não tirei férias além fronteiras. Em que não aproveitei para alimentar uma das minhas paixões mais fortes que é descobrir mais um cantinho deste mundo. Mas, também foi o ano em descobri que tenho um filho que também gosta de passear e que aparenta ter o mesmo gosto e desejo de conhecer o mundo que nós.
2011 foi também o ano da procura de casa. Da horrível procura de casa. De perceber que apesar da crise, os preços das casas não baixaram. De perceber que não tinha dinheiro para comprar a casa dos meus sonhos (problema de sonhar alto...). De ver casas e mais casas e ficar deprimida de cada vez que nos decidíamos a perder um sábado para nos dedicarmos a isso.
Mas em Outubro encontrámos. Uma casinha bem à nossa medida que inicialmente vimos na perspectiva de que "não temos dinheiros para isto, mas vamos lá ver", que abordámos a proprietária numa proposta mirabolante que tínhamos a certeza que não seria aceite de tão baixa que foi e que fomos surpreendidos com um "temos negócio" assim de um dia para o outro.
Entre o transe de que "isto não está mesmo a acontecer" e o "vamos lá arregaçar as mangas para ver se mudamos a tempo de passar o Natal na casa nova", foi uma loucura, quer de cansaço, quer de emoções.
E foi assim que 2011 acabou. No mesmo sítio que começou, com uma vida familiar diferente, numa casa diferente, com uma realidade profissional diferente e com a única certeza de que não sabemos muito bem o que nos reserva o futuro, mas a acreditar muito em nós e na nossa capacidade de fazermos por sermos o mais felizes possível.
Agora a três, claro...

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