terça-feira, 31 de agosto de 2004

Tic-tac, tic-tac...

...o que a Mrs Leigh não sabia é que afinal o dia de amanhã pode ser muito choco.
As horas arrastam-se sem fim e eu perdida no tic-tac de cada segundo que passa.
Sabem o que tem realmente graça? É que não me apetece sair deste marasmo.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac...
Se o tempo vale ouro e a nossa vida tem duração limitada (pelo que se deve aproveitar bem cada instante), porque é que sabe bem desperdiçar tempo? Por outro lado se temos prazer em desperdiçá-lo, porque é que não o devemos fazer?
Olhem, estou demasiado lenta para coordenar ideias. Aliás, demasiado lenta para perguntas filosóficas de trazer por casa e sem interesse nenhum. Como este passar do tempo. Desperdiçado num marasmo de que não me apetece sair.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Tenho andado a pensar nisto.

Gosto de brincar. Muito. Gosto de palhaçadas discretas que arrancam gargalhadas sonoras e sentidas, assim como de demonstrações de afecto e carinho. Claro está que tudo isto numa perspectiva bem discreta e familiar.
Gosto de mimar as pessoas que me rodeiam: os meus pais, a minha “acima-de-tudo” irmã, os meus amigos e quem vai mais além de uma simples amizade. Seja com um carinho, com uma lembrança, com umas palavras mais simpáticas ou com uma atenção especial.
Mas não sou fã de lamechices. Fazem-me alguma comichão no cérebro e soam-me a falso. Mas… onde e como definir a fronteira entre o que é lamechas e o que é carinhoso? (Eu cá tenho os meus critérios, mas são de tal forma subjectivos que nem me atrevo a defini-los.)
Tenho andado a pensar nisto.
Tenho andado a pensar no quanto é triste ser-se escravo de convenções e perder esta parte saborosa da vida. De ouvir e dizer um mimo, fazer ou receber um carinho, negado por uma qualquer teoria de que “isso é lamechas”. E porque é que eu tenho pensado nisto? Porque já fui levada a pensar assim. E se nessa altura isso me parecia lógico, agora parece-me uma estupidez. E uma tristeza. Um desperdício. Sim, porque se desperdiça o prazer de dar e receber, além de se anularem à partida momentos bons da vida (da nossa e de quem nos rodeia).
E dou por mim a lamentar só agora pensar nisto. Se o tivesse feito à mais tempo talvez, mas talvez tivesse tido a oportunidade de proporcionar mais momentos bons aos que me rodeiam.

Acho que afinal este post saiu lamechas. Hehehe… difícil esta coisa de querer exprimir uma ideia e ter dificuldades em encontrar a melhor maneira de a expor. Por alguma coisa fui para engenharia… paciência. Como dizia a Mrs Leigh, “Amanhã será outro dia!” ;-)

quinta-feira, 26 de agosto de 2004

Acabou-se

Sou fã do Programa da Manhã da Best Rock, com o Pedro Ribeiro, a Maria de Vasconcelos e o Nuno Markl.
Ou melhor, era. Soube hoje, pelos comunicados deixados no blog deles, que já não voltam de férias e o projecto acabou.
Pena... acreditava sinceramente que era o melhor programa daquele horário. Acordava com eles e coordenava os meus hábitos matinais com os horários de algumas das suas rubricas.
Aqui fica a minha pequena homenagem e o meu muito obrigada pelo prazer que me proporcionaram...

quarta-feira, 25 de agosto de 2004

Haja paciência!...

Dizem que as mulheres é que têm dias difíceis.
Fala-de de SPM e da menopausa, como casos particulares e in-extremis de disturbios psicológicos e questões comportamentais...
E os homens? Que desculpa se pode inventar para os homens?
Pfff... digo-vos uma coisa, homens com dias díficeis são... idefiníveis!!!!
(principalmente quando se trata de homens que somos obrigadas a aturar...)

O que vale é que nestas fases cíclicas (não me perguntem como, que eu não se explicar, mas a verdade é que se repetem ciclicamente e - curiosamente - todos os meses) acabam sempre por acontecer situações de tal forma caricatas que arrancam umas boas gargalhadas... (valha-nos o sentido de humor!...)

segunda-feira, 23 de agosto de 2004

É mais forte do que eu...

Tenho fobia a hipermercados. Quer dizer, não sei se se pode classificar de fobia, mas a verdade é que além de não gostar de estar em lugares com muita gente, os hipermercados chegam a causar-me mau estar físico (tonturas, náuseas e bloqueio do cérebro: dizem que eu fico em transe…).
Por tudo isto, evito lá ir. Mas quando a despensa, o frigorífico e a própria arca (que tem sempre qualquer coisa por lá perdida…) ficam vazias, é quase obrigatório. Mesmo assim, nunca ao fim-de-semana…
Pois bem, no sábado lá teve de ser. Mesmo sendo fim-de-semana, teve mesmo de ser.
E foi uma verdadeira tortura… pessoas com os carros das compras espalhados pelos corredores ou a virem contra os meus calcanhares. Famílias inteiras a discutirem em voz alta, se levavam isto ou aquilo ao som de uma qualquer birra dos seus rebentos. Pessoas paradas em grupo, a pensar na morte da bezerra, espalhadas aleatoriamente mas de forma a impedir a passagem de uma criança escanzelada (quanto mais uma pessoa a empurrar um carrinho). Enfim, para mim, uma verdadeira tortura que me foi deixando cada vez mais mal disposta.
No fim, quando atingi a caixa registadora (na apoteose do meu mal-estar acumulado), entre um ou outro grunhido à operadora (sim, que eu vou-me mantendo calada para evitar que os outros levem com tamanha má-disposição em cima) e já muito próximo do alívio que seria vir-me embora daquele lugar maldito, aparece-me à frente um comercial engravatado, com um sorriso na boca, a perguntar-me se eu “não queria subscrever o cartão xpto?”…
Pois. Má ideia. Se eu já só emitia grunhidos, se eu estava com cara de poucos amigos, se eu estava com ar de quem já estava em transe, porque é que aquele senhor se lembrou de vir ter comigo? Logo comigo? De tantas caixas registadoras, com tantos clientes?...
Não gosto de ser mal-educada com ninguém e até costumo nutrir alguma simpatia por estas pessoas, que têm um trabalho de cão para ganhar meia dúzia de tostões no fim do mês… além de aturarem todo o tipo de pessoas… Mas isto em dias normais…
Coitado do senhor. Tenho perfeita noção de que fui muito antipática (quando ele se lembrou de me dizer “olhe que está a perder dinheiro…”, foi a gota de água: “problema meu: sou eu que o ganho, por isso posso perdê-lo da maneira que eu quiser…” – acho… que confesso que nem me lembro bem).

Desculpe-me lá, sim… mas da próxima vez que vir uma pessoa passada, faça um favor a si mesmo e não vá impingir a sua conversa de comercial para cima dela, ok?...

sexta-feira, 20 de agosto de 2004

Agora amuei!

Tinha escrito um post tão giro, tão engraçado, tão filosófico...

...e isto bloqueou e perdi tudo!
Grrrrrr. Amuei! Vou embora!
Volto quando me apetecer fazer as pazes com o Blogger...
...ou, o mais tardar, na segunda...

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Fora do mundo

Estou só. Tenho uma música calma (jazz, curiosamente, de uma cantora até então desconhecida para mim) a tocar baixinho e estou embrenhada num grande processo que esteve parado mais do que um ano e que foi necessário retomar agora. Se o meu instinto, ao saber que tinha de o recomeçar/rever/reajustar foi "que chatice...", agora até me está a saber bem. Este processo era meu inicialmente (o que nem sempre acontece) e eu fiquei agradavelmente surpreendida em constatar o quanto estava bem organizado e estruturado. É, estou a massajar o meu ego novamente... qulquer dia arrisco-me a ter um dos blogs mais egocêntricos do mundo, mas paciência.
O mundo está lá fora, algures longe daqui e esta solidão está a saber-me muito bem. Sinto-me em paz comigo mesma e a uma certa distância de todos os males que andam por aí a bater em tantas portas. E como nada me pode assegurar que a minha não seja uma das próximas, tenciono aproveitar este sentimento de tranquilidade ao máximo...

...é tão raro eu estar assim...

terça-feira, 17 de agosto de 2004

Frase do dia

"Porque um sorriso ou uma graça são a melhor terapia do mundo..."

Minha.
Instintiva e ao sabor dos pensamentos.
E tocou alguém que eu aprecio muito.
Boa! Fiquei orgulhosa do sorriso que arrancaste!

Sinto-me atropelada

Pois, se eu estava um bocado relutante em entrar no quotidiano, arranjou-se maneira de se contornar esse pequeno problema: a realidade não só veio ao meu encontro como me atropelou avassaladoramente... (isto é quase dantesco, hehehe...)
Tenho um dente a menos. Passei a noite a engolir sangue e a sentir o incómodo da boca dorida... lá se foi o meu ciso de drácula (até fiquei a olhar... era tão grande!) e agora estou brutalmente dopada para não sentir nada (é cá uma alegria que nem vos conto!!!).
À minha volta está toda a gente com problemas bem sérios. Não sei o que fazer além de esperar que isto não passe de uma fase má em que os cérebros de alguns parecem afectados por uma alucinação geral...
...o tempo está cinzento e as mentes dos que me rodeiam estão em sintonia. O céu chora compulsivamente e eu - que acabei de chegar de um sol mediterrânico radioso - sinto-me deslocada, des-sintonizada e desenquadrada.
Alguém me disse há uns dias que a minha visão positivista da vida era incómoda. Que quem me ouve falar sobre mim e sobre os meus fica com uma visão de vida perfeita e radiosa (cor-de-rosa até) ao ponto de ser irritante.
Somos lusos, não é? Temos o sídroma do Calimero implantado na nossa maneira de ser e assumimos o culto da desgraça. Quando aparece alguém que esconde as desgraças e só fala nas coisas positivas, assume-se que o faz por não as ter.
Não. Se eu não falo das minhas desgraças é por opção. Porque não gosto de me expor a não ser a um grupo muito restrito de pessoas que fizeram muito para merecer tal confiança. E não. Definitivamente não as escondo, nem dou ênfase às coisas boas para irritar niguém. Mas já percebi que o faço. Lamento...

Hoje chove a potes e os medicamentos estão a toldar-me o raciocínio. Se isto não saiu muito coerente, já sabem...

segunda-feira, 16 de agosto de 2004

Uns dias fora e o mundo fica virado do avesso!

Verdade, verdadinha.
Tudo está mudado...
E eu nem quero voltar para a realidade antiga nem para a actual.
Isto não é falta de inspiração. Nem desânimo. Nem tão-pouco falta de imaginação para escrever umas barbaridades quaisquer sobre a primeira coisa que me venha à cabeça.
Trata-se pura e simplesmente de falta de energia, tão característica do 1º dia de regresso ao trabalho...
...quem é que não sabe o que isto é?...

(Se a energia voltar, quiçá às custas de umas doses de cafeína, eu ainda escrevo mais qq coisinha... )

sexta-feira, 6 de agosto de 2004

...

Eu sei que é chato.
Eu também acho desagradável.
Mas, quando não há recursos, não há nada a fazer...
Vou abandonar o meu computador por uns dias, pelo que não terão notícias minhas.
São só uns dias por isso não vale a pena chorarem desalmadamente com saudades [fico tãããão bem a delirar, não fico???]
Tencionava escrever um post bem mais comprido, giro, interessante, controverso (ou não), mas estou atulhada de coisas para fazer em muito pouco tempo, por isso... não dá!
Até lá,

quinta-feira, 5 de agosto de 2004

Onde pára?...

Sim, onde pára a boa educação e o civismo? As regras de boa vizinhança e de boa educação para com o próximo? Essas coisas mais ou menos básicas que normalmente só se destacam quando se lhes sente a falta...
Todos os anos é a mesma coisa, mas este ano eu estou a sentir mais do que habitualmente. Talvez porque não estou bem consciencializada que estou em Agosto e que andam por aí "à solta" os condutores domingueiros e os nossos filhos pródigos residentes no estrangeiro e que, nesta altura do ano e em terras lusas, assumem uma postura agressiva de nos mostrarem que são, com todas as conotações negativas que se lhes pode associar, emigrantes.
Que me desculpem todos aqueles que são emigrantes a quem não serve esta "carapuça". (A Clara e a sua família são o melhor exemplo disso mesmo). Mas têm de compreender que são a excepção...
Ontem assisti a uma série de cenas consecutivas, tiradas de um filme de muito mau gosto: fui a um shopping e tentei estacionar no respectivo parque de estacionamento. Primeira constatação: fomos invadidos!!!
Segunda constatação: isto não é um parque de estacionamento, é uma selva...
Terceira constatação: está tudo doido!... Esta gente, apesar de estar de férias, parece possuída e num estado de stress profundo (se é que isto existe).

Gente em sentido proíbido. Pessoas dentro dos seus carros aos berros pela janela a insultar os outros. Condutores quase a provocarem colisões pela luta desgarrada por um mísero lugar para estacionar...

Esta não é a minha realidade habitual. Não gosto de confusões e estou habituada a viver pacifica e cordialmente em sociedade/comunidade. Como eu, e tenho 11 meses do ano a prová-lo, há muita gente assim.
Então que raio de fenómeno é este que transforma as pessoas e as faz agir desta forma? Sim, porque para quem supostamente está de férias, vi muitos a aproximarem-se velozmente de um enfarte...

terça-feira, 3 de agosto de 2004

De tirar o chapéu!

...ou como diriam na Best Rock, "Aprovaaado!".
Estava eu ontem a preparar qq coisa para comer, enquanto assistia a um programa de televisão de que gosto muito (e que recomendo vivamente) que se chama "Imagens de Marca" e que passa na Sic Notícias aos sábados às 21h30, com repetição às segundas às 20h.
O programa é realmente bom e destaca uma série de produtos, campanhas, acções e outras notícias de interesse, dentro da perspectiva do marketing e da imagem associada a cada uma delas.
Um dos destaques de ontem foi para a Fundação Vodafone Portugal. Fiquei absolutamente colada ao ecrã da televisão enquanto ouvia falar de uma acção social da dita Fundação (que eu desconhecia em absoluto) em que a "Fundação Vodafone Portugal doa aviões e viaturas de vigilância e combate a incêndios"
Trata-se de uma campanha que a Fundação criou, que passa não só pela doação de dois aviões de vigilância e alguns carros específicos para a detecção e rápida intervenção no combate a incêndios, como também inclui formação e fornecimento de meios técnicos ao Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria (essa bela localidade), tão necessários e com tão escassos fundos públicos.

Eu acho isto absolutamente louvável. Numa altura em que o país está a arder, em que vem ao cimo o facto de que muitas das acções publicitadas no ano passado eram pura demagogia, o facto de uma Fundação, que está associada a uma empresa privada que, como tal, tem por objectivo o lucro, ter acções deste género em nome do bem comum, é não só de louvar como de destacar...